Entretenimento e Cultura

Veja como foi a primeira noite de desfiles no Sambão do Povo

Com muita garra e animação, 7 escolas de samba levaram para a avenida enredos celebrando o amor, a cultura negra, a voz do morro, mulheres e as emoções humanas

Foto: Thamiris Guidoni / Folha Vitória

Sete escolas se apresentaram na passarela do samba do Carnaval de Vitória 2023, na primeira noite de desfiles. Com muita garra e animação, elas levaram para o Sambão do Povo enredos celebrando o amor, a cultura negra, a voz do morro, mulheres e as emoções humanas.

A folia continua neste sábado, a partir das 22h, com o desfile do Grupo Especial. Sete escolas entram na avenida de olho no título de campeã. Cada uma tem o tempo máximo de 62 minutos para desfilar.

Quem vai desfilar neste sábado (11)

1ª – Unidos da Piedade

2ª – Unidos de Jucutuquara

3ª – Novo Império

4ª – Independente de Boa Vista

5ª – Mocidade Unida da Glória

6ª – Andaraí

7ª – Chegou o que Faltava

Os enredos deste sábado também trazem emoções entre lutas históricas, homenagens e caça ao tesouro.

O primeiro dia de desfiles

Sete escolas do Grupo de Acesso desfilaram entre a noite de sexta (10) e a madrugada deste sábado (11), levando para o Sambão do Povo muita alegria e empolgação. Veja quem passou por lá:

Imperatriz do Forte

A Imperatriz do Forte foi primeira escola a desfilar e levou para a avenida a história de Benedito Meia-Légua, símbolo da luta negra no Vale do Cricaré e nos sertões de São Mateus e Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo.

À frente da bateria, a rainha Patrícia Telles surpreendeu com um figurino em pedraria da cabeça aos pés.

Foto: Dyhego Salazar/Folha Vitória

A agremiação desfilou com 1.200 componentes, divididos em 15 alas e dois carros alegóricos, e seus primeiros integrantes entraram com quase 10 minutos de atraso, o que resultou em um desfile mais “corrido” para as outras alas. 

Império de Fátima

Com uma explosão de alegria e cores, a Império de Fátima foi a segunda escola a entrar na avenida e sacudiu o público presente no Sambão do Povo com seu enredo “Não dá mais pra segurar, explode coração!”.

Uma integrante passou mal logo no início do desfile, perto do camarote dos jurados, e precisou deixar a passarela. Ela foi atendida por profissionais da saúde e passa bem.

Foto: Dyhego Salazar/Folha Vitória

A agremiação, que teve Sindy Lopes à frente da bateria, retratou as emoções humanas, desde o amor e a alegria, até ganância e ódio. Uma das surpresas da noite foi um carro alegórico, que abordou o meio ambiente, o garimpo e os indígenas.

Pega no Samba

Terceira escola a desfilar, a Pega no Samba levou para a avenida a cultura da favela. O samba-enredo “Era Só Mais um Cria” contagiou o público presente nas primeira horas da madrugada deste sábado (11).

Foto: Dyhego Salazar/ Folha Vitória

Ao todo, 900 componentes desfilaram pela agremiação, que carrega as cores azul, vermelho e branco, e já impressionou os foliões logo no início, com uma comissão de frente formada por todos os orixás. Eduarda Lima foi a rainha de bateria.

Outro destaque do desfile foi a homenagem da ativista Deborah Sabará aos jovens Pedro Henrique Crizanto, morto durante um ensaio técnico no Sambão do Povo, e Damião, assassinado na Piedade.

Além de representar a comunidade no penúltimo carro, ela também transmitiu uma mensagem importante: “vidas negras importam”. 

Independentes de São Torquato

As mulheres foram homenageadas pela Independentes de São Torquato, através da toada capixaba Madalena, com o samba-enredo “Madalena, Muito Mais que um Bem Querer”.

A escola desfilou com 1 mil componentes e apresentou a representação de lugares conquistados pelas mulheres. A agremiação entrou na avenida ´`às 2h20 com muito brilho, animação e animação.

Foto: THAMIRIS GUIDONI

E para esta ano, uma surpresa na bateria, que teve Keyciane Rondnitzky como rainha: um grupo de congo fez parte da festa, que colocou todo mundo da avenida para sambar. 

Chega Mais

Quinta agremiação a desfilar na avenida, a Chega Mais focou o samba na força pulsante da cultura produzida nas favelas e nas comunidades periféricas

A escola exaltou as favelas com o enredo “No Alto do Morro, no Topo do Mundo! Dai ao Quadro O Que é Da Arte”. À frente da bateria, Patrícia Cruz brilhou mostrando samba no pé e muita empolgação.

Foto: Dyhego Salazar/Folha Vitória

Os 900 componentes, distribuídos em 18 alas, 3 alegorias e 1 tripé, narraram na avenida toda a arte que nasce na favela, mais especificamente no Morro do Quadro, em Vitória, distribuído entre ruas, vielas e becos.

O desfile ainda contou com a participação de artistas e projetos culturais, desenvolvidos nas comunidades periféricas, contribuindo para que jovens não sejam atraídos pela criminalidade.

Mocidade da Praia

A Mocidade da Praia entrou na passarela do Sambão do Povo quando o dia já dava o ar da graça. A agremiação celebrou a história da Praia do Canto fazendo referência a uma história de amor entre o pescador Dondon e Dona Neném, sem esquecer do mar, tão presente em seu passado. 

O enredo “Meu canto e seus encantos: o mar, batucadas e flores, a Mocidade e todos os amores…” foi defendido por um samba empolgante, que levantou quem ainda estava nas arquibancadas e camarotes.

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Foto: Dyhego Salazar/Folha Vitória

A escola desfilou com 900 componentes, distribuídos em 15 alas e 5 alegorias. A agremiação usou e abusou do azul, do verde e do branco remetendo ao mar. Na comissão de frente, São Pedro iniciava o cortejo acompanhado de uma mulher indígena. 

A bateria surpreendeu com paradinhas. Ao final do desfile, os foliões tiveram que se apressar para não correr o risco da escola sofrer com atrasos. Ela saiu da avenida com 54 minutos e 49 segundos de desfile.

Unidos de Barreiros

Fechando a primeira noite de desfiles no Sambão do Povo, a Unidos de Barreiros, abordou a cultura negra passando longe de estereótipos

A escola de São Cristóvão, entrou no Sambão do Povo, com o dia raiando, às 6h06 deste sábado (11). O enredo relembrou a trajetória dos povos africanos e sua influência na história do Brasil dando ênfase ao empoderamento da raça negra.

Foto: Dyhego Salazar/Folha Vitória

A escola exaltou o rico passado das civilizações africanas que deram origem à história do mundo já que a África é considerada o berço da humanidade.

A bateria, que teve Taty Anna Neves, cria da comunidade, como rainha, veio caracterizada do bloco Filhos de Gandhy e, em alguns momentos, mesclou samba com o ritmo do afoxé.

A Barreiros terminou o seu desfile com 54 minutos e 17 segundos, encerrando o primeiro dia de desfiles no Sambão às 7h da manhã. 

*Participaram desta cobertura: Dyhego Salazar, Gabriel Barros, Marcelo Pereira, Thamiris Guidoni e Thaiz Blunck

Erika Santos, editora-executiva do Folha Vitória
Erika Santos Editora-executiva
Editora-executiva
Jornalista formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), com MBA em Jornalismo Empresarial e Assessoria de Imprensa.