Não é exagero dizer que a maranta-riscada tem uma personalidade própria. Quem já convive com essa planta tropical sabe como ela expressa bem seu desconforto quando algo não está ideal. E entre todos os fatores que influenciam sua saúde, a umidade do ambiente ocupa o topo da lista. Uma maranta com sede não sofre em silêncio — ela mostra. E entender esses sinais pode ser o divisor de águas entre um exemplar exuberante ou uma folhagem ressecada, sem vida.
Sinais claros de que sua maranta-riscada quer mais umidade
A maranta-riscada (Maranta leuconeura) vem das florestas tropicais úmidas da América do Sul. É fácil entender por que ambientes secos e abafados de apartamentos urbanos podem não agradar. Vamos aos cinco principais sinais de alerta que a planta envia:
Folhas com pontas secas e queimadas
Esse é o sintoma mais evidente. Quando as pontas das folhas da maranta-riscada começam a ficar marrons e crocantes, não se trata apenas de falta de rega. O problema geralmente está na baixa umidade do ar, não na terra. Mesmo que você molhe corretamente o solo, o ar seco ao redor da planta faz com que a transpiração nas folhas supere a absorção de água pelas raízes, causando o ressecamento nas extremidades.
Folhas novas que não se desenrolam corretamente
Outro sintoma típico da falta de umidade é o mau desenvolvimento das folhas novas. Elas crescem enroladas, tortas, ou demoram mais do que o normal para se abrir. Como as folhas da maranta têm um sistema delicado de expansão, o ar seco atrapalha esse processo e as células não conseguem se preencher com água adequadamente, impedindo a abertura natural.
Maranta-riscada “desmaiada” durante o dia
A maranta é famosa por seu movimento circadiano: as folhas se erguem à noite e baixam durante o dia. Mas se sua planta parecer caída por tempo prolongado, até mesmo em horários em que normalmente estaria “acordada”, esse pode ser um pedido por mais umidade no ambiente. É como se ela estivesse exausta por ter que transpirar demais.
Folhas desbotadas ou com perda de brilho
A coloração da maranta-riscada é um verdadeiro espetáculo, com padrões que lembram pinceladas artísticas. No entanto, umidade baixa pode apagar esse show de cores. As folhas perdem intensidade nos tons de verde e vermelho, tornando-se opacas. Esse é um sintoma mais sutil, mas bem característico da desidratação ambiental.
Aumento de pragas como ácaros
Ambientes secos favorecem a proliferação de ácaros e cochonilhas, pragas que atacam com facilidade plantas estressadas. Se você começa a notar pequenos pontinhos brancos, teias finas ou manchas irregulares nas folhas, é sinal de que a maranta está com a imunidade baixa — e isso pode estar relacionado à falta de umidade. A planta estressada fica mais vulnerável a esses invasores.
O que fazer para corrigir a umidade na maranta-riscada?
Agora que você reconhece os sinais, é hora de ajustar o ambiente para que sua maranta-riscada volte a sorrir. Veja o que pode ser feito:
Use umidificadores de ar ou bandejas com água
O uso de um umidificador de ar próximo à planta é a solução mais eficaz para quem mora em regiões secas. Mas se isso não for possível, improvise com bandejas rasas cheias de água e pedrinhas sob o vaso — isso ajuda a aumentar a umidade local por evaporação, sem encharcar as raízes.
Agrupe plantas tropicais junto a maranta-riscada
Uma técnica interessante é reunir suas plantas de clima úmido próximas umas das outras. Elas transpiram e ajudam a manter a umidade relativa do ar elevada entre si. Crie um “cantinho tropical” com samambaias, jiboias e calatheas, por exemplo.
Pulverize com cuidado
Borrifar água nas folhas é um hábito comum, mas precisa ser feito com atenção. Use água filtrada, em temperatura ambiente, e borrife pela manhã, para que as folhas possam secar naturalmente até o fim do dia e não criem ambiente propício para fungos.
Verifique o substrato da sua maranta-riscada
Embora o foco aqui seja a umidade do ar, o substrato também precisa reter umidade sem ficar encharcado. Misturas com fibra de coco, perlita e turfa ajudam a manter o equilíbrio ideal para a maranta-riscada.
Cuidado com o ar-condicionado e vento direto
Correntes de ar, principalmente as vindas de ar-condicionado ou ventiladores, ressecam ainda mais o ambiente. Evite posicionar sua planta próxima a essas fontes. Escolha locais mais abrigados, mas que ainda recebam boa luminosidade difusa.
No fim das contas, cuidar da maranta-riscada é como aprender um novo idioma — o das plantas. Cada folha que enrola, cada ponta que seca, é uma frase que ela está tentando dizer. E quando você aprende a escutar, a recompensa é um espetáculo de folhagens vibrantes, ornamentadas e cheias de vida.