A indústria brasileira que antes era uma das principais responsáveis pela boa desenvoltura econômica do país, agora amarga mês a mês números negativos. A produção industrial caiu novamente, somada a falta de confiança dos empresários industriais e, agora chega de forma mais robusta aos salários de chão de fábrica.
Somente no Espírito Santo, nos últimos doze meses, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram eliminados 35.812 empregos celetistas. Na indústria de transformação, no acumulado de setembro de 2014 a setembro de 2015, foram cortados 3.987 postos de trabalho.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego industrial recuou 6,9% em agosto. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o emprego industrial apresentou queda de 5,6%.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Metalurgia e de Materiais Elétricos do Espírito Santo (Sindifer), Manoel Pimenta, “o desemprego continuará avançando, e sem sinais de melhora em curto prazo”, diz. A instabilidade política também é apontada pelo presidente como um dos problemas que atrapalha a expansão da economia e, consequentemente, a geração de novos empregos. “Diante de tantas incertezas, o mercado esta retraindo e os investimentos estão sendo deixados de lado. A indústria capixaba, que até julho crescia dois dígitos, deve fechar o ano com número negativo”, prevê Pimenta.
Folha de pagamento
Em agosto deste ano, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, ajustado sazonalmente, recuou 1,3% frente ao mês anterior, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período redução de 3,1%. Para o presidente do Sindifer,“esta é uma tendência, que no momento não há o que fazer, tendo em vista, a oferta de mão de obra, que hoje, é diferente de anos anteriores”, avalia.
Entraves
O aumento da taxa básica de juros implica na elevação das demais taxas, o que desestimula os investimentos, que por sua vez, atrapalha no aumento da capacidade produtiva. “As taxas são absurdas considerando que estamos em um período de recessão econômica, isso só dificulta novos investimentos”, conclui Pimenta.