*Artigo escrito por Marcelo Braga, publicitário, CEO da Liga de Marketing e autor do livro “Fantástica Fábrica de UAU”
Outro dia, no meio de uma imersão sobre inteligência artificial, parei e pensei: e o calor humano? Onde foi parar aquele arrepio que a gente sente quando escuta uma música que marcou um amor?
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Ou a lágrima escondida quando revemos aquela campanha que nos fez acreditar em algo maior que nós?
Vivemos a era do dado. Do lead. Da conversão. Da lógica matemática que diz o momento exato de apertar o botão “compre agora”. E nesse exato momento, as marcas estão se esquecendo de apertar outro botão: o do coração.
Marketing virou planilha e o consumidor, um gráfico
Marketing virou planilha. E o consumidor, um gráfico. Mas eu acredito que as grandes marcas não nascem de funil, nascem de emoção. De pele arrepiada. De gargalhada solta. De memória afetiva.
Experiência é o que transforma um anúncio em lembrança. É o que tira o cliente da cabeça e o coloca no peito. É quando a marca não fala apenas com a pessoa, mas com a história dela.
Veja a Natura, por exemplo. Quando ela decide exaltar a beleza da diversidade, não está buscando só engajamento – está criando identificação, pertencimento e verdade. E é por isso que suas campanhas nos tocam. Porque falam com a gente, não para a gente.
Momentos que eternizam
Quando pensamos em um evento, não podemos pensar apenas em conversão, mas sim em momentos que eternizam. É o palco que vira história, é a luz que vira memória, é vídeo que arranca um profundo UAU!
Eles não ativam marcas – eles ativam sentimentos. Fazem da evento uma ponte alicerçada pelo conteúdo, relacionamento e experiência que liga sua marca direto ao coração do seu público-alvo.
Você pode até usar IA para entender o comportamento do seu público. Mas vai precisar contar a história da sua verdadeira razão de existir para fazê-lo se apaixonar por você.
No fim, o que gera valor não é o clique. É o “UAU”. E esse UAU não sai de um prompt de inteligência artificial. Sai de uma equipe criativa que entende de gente. Que sabe que marcas não vivem de acessos. Vivem de afeto.
Futuro do marketing é voltar a ser humano
E se me perguntarem qual é o futuro do marketing, eu respondo sem piscar: é voltar a ser humano.
Porque no meio de tantas inteligências artificiais, quem emociona, ainda é rei.