A crise econômica e o aumento generalizado dos preços de produtos e serviços, dos essenciais aos de consumo seletivo, vêm causando estragos aos bolsos dos brasileiros. Os economistas prevêem um ano de inflação alta, com a Selic ultrapassando a casa dos 13%, e de instabilidade financeira.
Com um cenário tão negativo, o lema é economizar, cortar os gastos desnecessários e reduzir os indispensáveis. Para isso, a especialista em educação financeira, Graziela Fortunato, traz como sugestão a organização das contas pelo método ABCD.
Classificados com A, estão os alimentos. São produtos essenciais, que não podem ser cortados da lista de gastos; no entanto, Graziela alerta para as compras extras de mercadorias nos supermercados.
“Basta olhar o carrinho antes de pagar: se tiver produtos com embalagens coloridas, pode retirar da lista. Alimentos necessários estão em sacos e caixas simples. Os coloridos são sempre biscoito, iogurtes, chocolates, coisas que conseguimos viver sem”, diz a economista.
A classe B inclui os produtos e serviços de consumo básico, dos quais não se pode abrir mão, como aluguel, condomínio, telefone, água e luz. A especialista informa que, mesmo sendo considerados de primeira necessidade, também é possível reduzir o custo desses itens, “reduzindo o número de lavagens de roupas na semana, tomando banhos mais rápidos e utilizando menos o telefone celular, por exemplo”.
Os gastos contornáveis são o C do alfabeto das finanças. Graziela explica que essa classe pode ser retirada do orçamento, mas pode comprometer os momentos de lazer do consumidor. A saída, então é transformar o programa. “Muita gente não abre mão do choppinho, do happy hour. Só que o gasto pode ser muito menor se a cerveja for consumida em casa em vez de ser no bar ou restaurante”, ensina.
A última letra é a que mais pode gerar economia no orçamento. A classe D, dos gastos desnecessários, reúne todos os produtos que não precisam ser adquiridos, mas mesmo assim fazem parte da lista de desejos da maioria. “É preciso se perguntar neste momento: eu preciso ou eu desejo? Também é recomendável pensar sobre isso afastado da loja aonde está o item; se for mesmo necessário, volte e compre”, ressalta Graziela.