Dos longos dias na lida até a realização do sonho de viver do agroturismo. “O nosso sonho agora é tornar o sítio um destino do turismo rural e gerar uma renda maior para a família. Abrir nossa propriedade vai ser um chamariz, já que, aqui na nossa região não se tem este tipo de iniciativa”, revela a agricultora Edinélia Strasmann Ferreira.
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Ela e o marido, tem um sítio na região de São João Pequeno, em Colatina. Os dois fazem parte dos 5 mil produtores rurais assistidos pelo projeto Arranjos Produtivos, desenvolvido pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo, para fortalecer a agricultura familiar capixaba. Hoje, 23 municípios integram o programa, lançado em julho do ano passado.
Em quase um ano, 50 pequenas agroindústrias foram regularizadas e cerca de 50 mil mudas distribuídas. A entrega das culturas é apenas uma das ações do projeto, que oferece orientação técnica aos agricultores em todas as etapas, do plantio à comercialização.
“O projeto leva conhecimento, formação e autonomia para o agricultor. Depois que ele participa dos seminários, ele tem os dias de campo com assistência técnica, os técnicos estão presentes nos municípios. A partir daí é que começamos a fazer as entregas de mudas”, explica a diretora da Casa dos Municípios, Joelma Costalonga.
A primeira etapa, realizada em 2023, teve como foco a parte teórica. “Nós passamos pelos seminários e agora estamos seguindo com os Dias de Campo. Nós também trabalhamos com profissionais que vão ajudar os produtores com a regularização das pequenas agroindústrias”, disse a secretária da Casa dos Municípios, Joelma Costalonga.
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Por etapas
O projeto conta com três etapas iniciais. A primeira é fazer o diagnóstico local nos municípios e a formação dos produtores cadastrados.
Depois, vem a fase de formação para, em seguida, entrar em campo a assistência técnica com orientações de profissionais de diversas áreas agrícolas e ambientais. Por fim, a última fase é a de aquisição de mudas e dos equipamentos que forem necessários.
Edinélia e o marido, Leonerio Alves Ferreira, vivem agora a expectativa de ver a estufa de morangos, sonho antigo do casal, dar os primeiros frutos. O projeto vai concretizar o objetivo, que até então parecia distante para os dois.
“Não temos condições de arcar com todos os custos, seria impossível construir e montar uma estufa do porte que o projeto nos deu. Além de financiar toda a estrutura, ganhamos também as mudas. Não vemos a hora de colocar a mão na terra e colher os morangos que nós mesmos plantamos”, espera a agricultora.
Na propriedade da família, eles já produzem milho, feijão, tomate e outras frutas e verduras que comercializam na região onde moram.
Êxodo rural
Estimular a permanência dos produtores no campo também é intenção do projeto. “Nosso papel é essas pessoas para que elas permaneçam no campo, gerando oportunidade, levando mais investimentos e garantir que essas famílias tenham o acesso facilitado para poderem escoar o que produzirem”, ressalta Joelma.
Gestão de recursos
“Os municípios ganham, com esses arranjos produtivos, todo um sistema de formação, de desenvolvimento e depois a renda, que vai aparecer. Você não simplesmente oferece alguma coisa para o município ou para a associação, para o agricultor, você apresenta um projeto que passa pela formação permanente.
Porque se você vai cuidar da cultura do café, você tem que conhecer o solo, você tem que saber como será feita a escolha genética das plantas que vai ser mais propícia para a sua propriedade, tudo aquilo que pode acontecer com essas plantas, como pragas e doenças, depois a colheita, a pós-colheita, o processamento desse produto, até a comercialização”, exemplifica a diretora da Casa dos Municípios.
Novas culturas
Os produtores cadastrados, ainda tem a oportunidade de aprender sobre o manejo de culturas agrícolas diferentes das que estão acostumados a lidar ou que já produzem em suas propriedades, desde que a planta escolhida e sua variedade sejam adequadas para a região onde moram.
“O manejo cultural serve para o bom desenvolvimento e produtividade da lavoura. Uma família que planta milho, por exemplo, pode plantar feijão ou outro alimento, desde que a terra esteja adequada a essa variação”, exemplifica Joelma.
Entre as mudas já distribuídas pelo Projeto Arranjos Produtivos, estão, café, uva, morango, limão, goiaba, pupunha, acerola, limão e cacau.
Para desenvolver o projeto, a Ales firmou parceria com o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O financiamento é do governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes).
Veja lista dos municípios participantes do projeto
– Águia Branca;
– Alegre;
– Anchieta;
– Boa Esperança;
– Brejetuba;
– Colatina;
– Conceição da Barra;
– Dores do Rio Preto;
– Guaçuí; Ibatiba;
– Itapemirim;
– Jaguaré;
– Jerônimo Monteiro;
– João Neiva;
– Mantenópolis;
– Muniz Freira;
– Nova Venécia;
– Pedro canário;
– Piúma;
– São Domingos do Norte;
– Vila Velha;
– Vila Valério;
– Vila Pavão.