Abr 2021
26
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

Altas no mercado de matérias primas

No primeiro trimestre, os gastos com os principais itens que compõem os custos da atividade leiteira subiram e os valores pagos pelo leite registraram desvalorização. Os fatores que mais influenciaram o avanço das despesas foram os adubos e corretivos, que se valorizaram expressivos 12,86% em março – superando, portanto, a já intensa alta registrada em fevereiro, de 6,02%.

O movimento de elevação desses insumos, por sua vez, se deve aos altos valores pagos para aquisição de matéria-prima para a fabricação, tendo em vista o dólar bastante valorizado frente ao real.

Além disso, o peso do grupo de matérias primas referentes aos alimentos concentrados (basicamente compostos por milho e farelo de soja) provocou receio nos produtores em investir na atividade, o que certamente resulta em indefinições quanto à capacidade produtiva da oferta de leite no campo.

Ao se considerar os valores de custo sob a ótica dos resultados da “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), os desembolsos com a alimentação concentrada subiram 6,23% no primeiro bimestre de 2021, segundo dados do Projeto Campo Futuro (CNA/Senar).

Diante disso, é crucial lembrar que a ração é um insumo diretamente ligado ao desempenho produtivo dos animais e, consequentemente, à geração de receita com a atividade. Portanto, são necessários critérios técnicos e econômicos muito bem fundamentados para adotar alguma alteração na dieta, pois uma opção de redução arbitrária pode gerar uma degradação maior nas margens do negócio.

COE alto

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira também fechou o primeiro trimestre de 2021 com elevação acumulada de 7,24%, considerando-se a “média Brasil”, com alta de 1,86% em março. Isso se dá também pelas consecutivas valorizações do milho neste ano, cereal que é negociado a preço recorde real.

Segundo dados do Cepea,  o atual poder de compra do produtor de leite frente ao milho é o mais desfavorável em 10 anos. Em março, o pecuarista leiteiro precisou de 47,21 litros para a aquisição de uma saca de 60 kg, 11,93% a mais que em fevereiro.

O que esperar? 

Em uma visão crítica, o restante do ano de 2021 deve permanecer com os custos de produção elevados para o produtor de leite, o que exigirá muita cautela e planejamento por parte do produtor.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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