Como funciona o barter no agronegócio?
Há mais de 50 anos, o Brasil é líder mundial na produção de café solúvel, com representatividade de 14,6% do mercado global, e também na exportação, com participação no mercado de 15,4%. Sua produção está concentrada em seis grandes grupos de operação no país.
Apenas em 2020, essas regiões fabricaram o equivalente a mais de 5,1 milhões de sacas de 60 kg. Esses fenômenos têm atraído indústrias para o Espírito Santo, sinalizando a importância deste produto.
Hoje, Nestlé, Café Iguaçu, Cacique, Campinho, Real Café e Cocam lideram o mercado no Brasil. Contudo, o cenário capixaba e nacional está prestes a mudar com as obras de duas novas indústrias de café solúvel para o ES.
A Companhia Cacique de Café Solúvel, que anunciou a expansão dos negócios em Linhares em dezembro de 2018, está em fase de acabamento das suas obras. A empresa paranaense, cuja sede está localizada em Londrina (PR), com mais de 60 anos de mercado, está investindo US$ 60 milhões de dólares, ou seja, mais de R$ 320 milhões, no empreendimento. A expectativa é que fique pronto ainda esse ano.
Quando estiver em operação, a planta de Linhares terá capacidade de produzir 14 mil toneladas do produto ao ano. Por outro lado, a Olam International, empresa multinacional com sede em Singapura, confirmou oficialmente, no mês de março, que investirá U$ 130 milhões, isto é, quase R$ 740 milhões, para construir uma fábrica em Linhares. As obras já começaram com previsão de 26 meses para a sua conclusão e o início das operações.
A decisão de instalar as fábricas no município deve-se ao posicionamento estratégico da cidade, localizado no coração do maior produtor de café robusta-conilon no Brasil, principal matéria-prima para a produção do café solúvel.
Das 15 milhões de sacas produzidas no Brasil, o Espírito Santo é responsável por 66% de toda a produção nacional, ou seja, 10 milhões de sacas. Deste total, as regiões norte e noroeste do Estado produzem 7,5 milhões de sacas. Outro fator que foi decisivo na instalação da Olam em território linharense é a disponibilidade hídrica do município, com o aquífero do Rio Doce.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória