Agropecuária apresenta alta de empregos no 1º trimestre
Com o objetivo de criar uma plataforma que conecta toda a cadeia da cafeicultura, melhorando a gestão dos produtores rurais e comercialização do café, os empresários Wagner Araujo e Eduardo Schulte da Sensora, startup capixaba especializada em desenvolvimento de software e hardware para coleta de dados e controle de dispositivos, criaram um novo produto voltado para o agronegócio, o Conecta Farm. A plataforma foi criada em 2020, durante a pandemia, quando os sócios perceberam a dificuldade do produtor em gerenciar suas propriedades e produção nos aspectos financeiros, de estoque e também na comercialização do café verde.
Se por um lado os consumidores estão cada vez mais conscientes e querem conhecer a história por trás do que consomem, os agricultores também têm se preocupado em apurar com maior precisão o custo de produção, controle de armazenamento e acesso a novos mercados. Por anos, Wagner observou que existia uma dificuldade de conexão entre produtores que ele conhecia e a cadeia da cafeicultura. Era difícil agregar valor à cadeia produtiva e achar compradores que entendessem o universo sensorial de cada lote, seus laudos e pontuações.
Contudo, foi após adquirir uma propriedade rural em Domingos Martins que ele sentiu “na pele” a dimensão do problema e percebeu que era possível aliar tecnologia para modificar essa realidade. Após pesquisar e escutar os agricultores, ele e seu sócio desenvolveram os primeiros módulos de uma plataforma que pretende revolucionar o ramo. O lançamento oficial ocorreu em dezembro de 2020 na ExpoSul Rural, em Cachoeiro de Itapemirim-ES e hoje já atende mais de 60 clientes.
Hoje, a ferramenta conta com módulos integrados e voltados para cada um dos atores envolvidos na cafeicultura. Produtor, classificador, torrefador, cooperativas, compradores e vendedores do grão e até cafeterias podem ser beneficiadas pela Conecta Farm, que possibilita, além de toda a gestão, o rastreamento do café “do pé à xícara”.
A tecnologia também conta com alguns diferenciais: seu uso é gratuito para cafeicultores, mas caso estes queiram aumentar o valor agregado de sua produção, a Sensora disponibiliza, com mensalidade, equipamentos para medir índice de chuvas, temperatura, localização, altitude e tempo de exposição do talhões à luz solar. As informações são capturadas diretamente na lavoura e enviadas para a plataforma. Desta forma, é possível acompanhar em tempo real algumas das variáveis que podem influenciar a rede produtiva de café. Estes dados também ficam armazenados para consultas históricas e também nos lotes rastreados, possibilitando entender sob quais aspectos climáticos o grão foi produzido até chegar ao consumidor.
Uma das dores identificadas junto aos agricultores e clientes foi a dificuldade em escoar a produção e encontrar cafés “exóticos”. A startup resolve este problema com uma funcionalidade para que os produtores disponibilizem lotes para busca.
“Os compradores podem entrar em contato diretamente com os produtores, tirando suas dúvidas em relação aos lotes e definindo condições de entrega e pagamento. Da mesma forma, compradores podem lançar solicitações de lotes conforme sua necessidade, e os produtores que tiverem condições de atender ao pedido, podem entrar em contato diretamente com o comprador”, destaca o sócio Wagner.
Um ponto de destaque é que em ambos os casos, não há cobrança de comissão ou taxa de intermediação, uma vez que o papel da startup é conectar as partes.
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