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Hoje, o mundo conta com mais de sete bilhões de habitantes. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2050, o planeta abrigará cerca de dez bilhões de pessoas. Nesse sentido, o mercado de alimentos deve crescer de forma consistente ao longo dos anos, na busca por equilibrar a demanda mundial crescente. Na pecuária a tendência não é diferente. Por isso, conheça um novo produto que divide opniões: a carne de laboratório.
A carne cultivada em laboratório é produzida por meio de células-tronco retiradas dos músculos dos animais vivos por biópsia, coletando-as do soro fetal bovino. Por terem a capacidade de dar origem a qualquer tipo de célula, elas são obtidas e isoladas em biorreatores, que concederão as condições necessárias para que sejam transformadas em alimento. Desse modo, para alguns adeptos, essa seria uma fonte de proteína animal que está alinhada com maior eficiência e sustentabilidade, evitando que sejam necessárias grandes pastagens para prática da pecuária e reduzindo o número de abates.
Esse é um mercado que possui potencial não somente pelo aumento populacional a nível global, mas também pela demanda crescente de produtos que atendam consumidores não favoráveis aos métodos convencionais do setor agropecuário. A consultoria Kearney projeta que até 2050 a demanda mundial seria atendida em 35% pela carne cultivada, 25% pelas “carnes” baseadas em vegetais e 40% com as carnes convencionais. Contudo, ainda existe uma distância considerável entre essas expectativas e a realidade.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os principais desafios enfrentados pelo segmento de carnes de laboratório são encontrar formas para escalar a produção, o ambiente regulatório e governamental e a aceitação do consumidor.
Em primeiro lugar, os custos de produção ainda são consideráveis, já que ainda há uma barreira de custos a ser superada antes da formação de uma produção industrial. Além disso, manter os meios de cultura funcionais e com baixos riscos de contaminação somam-se às despesas necessárias. Por outro lado, espera-se que com esse novo nicho de mercado, a regulação padrão da produção de carnes não se enquadre, havendo a necessidade de regras específicas para o setor. Por fim, o conceito “de laboratório” ainda é algo novo para o mercado consumidor. Por isso, até que as preferências se adaptem, a carne tradicional ainda deve se manter como favorita entre os clientes.
No Brasil, a BRF, empresa no ramo de alimentos, pretende ofertar esse tipo de carne nas prateleiras do supermercado entre os anos de 2024 e 2025. A companhia, o segundo maior fornecedor mundial de aves, em parceria com a startup israelense Aleph Farms, que já possui a tecnologia necessária, alinha essa nova frente de negócios às mudanças climáticas, visando se tornar o primeiro player em mercado nacional a oferecer o produto.
Mesmo dividindo opiniões, é preciso destacar que brevemente veremos esse tipo de produto sendo comercializado. Por tanto, a escolha final de consumo ou não, dependerá do gosto do consumidor.
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