Maio 2021
26
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Uma tendência no agronegócio?

As Greentechs têm surgido cada vez com mais impacto no mercado por combinarem rentabilidade e sustentabilidade. Elas são empresas de iniciativa verde que utilizam a tecnologia para criar produtos e serviços que ajudem a preservar o planeta. É nesse contexto, que a Brota se encaixa, com o propósito de permitir que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento em cultivo de pequenas hortas e plantas, possa cultivá-las em casa.

Esses iniciativas ganham destaque no mundo em que a urbanização em diversas partes do mundo ainda moldam as formas de viver e produzir na sociedade atual. Do início ao fim do século 20, a representatividade da população urbana mundial em relação ao número total de habitantes, passou de 15% para 50% do total, de acordo com relatório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que 90% das pessoas estarão residindo em cidades até 2030.

Além do crescimento dos grandes centros urbanos que ocupam mais espaço nos territórios nacionais, ainda há a preocupação com a desertificação do solo. Segundo a ONU esse fenômeno consiste no ressecamento e perda de nutrientes em terras das regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de diferentes fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas. A mesma instituição aponta que cerca de 1,2 bilhão de pessoas em 100 países correm esse risco. No Brasil, o Ceará é o caso mais preocupante, visto que todos os 184 municípios são afetados, segundo a Embrapa.

“Em países em desenvolvimento, como o Brasil, grande parte do solo produtivo está sendo degradada ou ainda será nos próximos anos, segundo o Relatório de Desenvolvimento Mundial do Banco Mundial. Nesse contexto, as hortas e a agricultura urbanas têm se tornado práticas recorrentes em países como o Japão, China e Índia, em que a desertificação se intensificou nos últimos anos e essas alternativas surgem como oportunidades para amenizar esses impactos. A agricultura urbana provavelmente se tornará uma característica permanente da maioria das cidades, tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos”, afirma Peter Barreto, analista de Venture Capital, Private Equity e Dívida, da Apex Partners.

O potencial da Brota

Com o tempo, a startup alterou o modelo de produção de suas cápsulas para oferecer maior praticidade. Antes prensadas, a terra com as sementes e nutrientes vão soltinhas para facilitar a hidratação e oxigenação do solo em uma embalagem totalmente sustentável, que se dissolve na água, sem formar qualquer microplástico. O produto, vendido no site da própria startup com preço médio de R$ 225,00, funciona a partir dessas cápsulas que contém uma espécie de solo inteligente preparado especialmente para o crescimento da semente já contida nela. O consumidor precisa somente abastecer o reservatório da sua Brota uma vez a cada 25 dias.

“Em apenas 5 meses, a Brota vendeu quase R$ 2,4 milhões, o que comprova a alta capacidade de execução e de entrega de seu time. Além disso, evidenciou que existe um alto potencial de mercado para o inovador produto da empresa”, afirma Felipe Caroni, sócio e Gerente de Private Equity, Venture Capital e Dívida da Apex Partners.

“Por fim, ao observarmos os mercados mais desenvolvidos, como o norte-americano e europeu, nota-se que startups semelhantes estão performando bem. Duas delas, a Click & Grow e a Plantui, conseguiram captar em suas rodadas de investimento mais de 20 milhões de dólares”, conclui Caroni. Por fim, além da adesão dos clientes do varejo, o executivo destaca ainda que a startup possui mais  projetos promissores, como o lançamento de novas linhas de produtos e ingresso em novos canais de venda.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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