Cooperativa do ES aposta em tecnologia para o futuro
O agronegócio brasileiro é uma força nacional e internacional, representando cerca de 27% do PIB do país e ocupando os cinco primeiros lugares nas exportações de mais de 30 produtos agrícolas. Mas para obter um desempenho considerável a nível global, o setor tem como base um segredo: a tecnologia.
Por meio do aumento da produtividade e da redução de custos, o segmento aumentou a sua influência ao redor do mundo nos últimos anos. E a expectativa é que essa tendência siga em alta.
Segundo estudo realizado pelo Instituto Millenium em parceria com a consultoria Octahedron Data eXperts (ODX), o uso de tecnologia e as inovações com foco na produtividade foram os diferenciais para o crescimento do setor no Brasil. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a produtividade total dos fatores da agropecuária, que indica a capacidade do setor de transformar os insumos em produção de forma mais eficiente, quadruplicou entre 1975 e 2015.
A cana-de-açúcar é um dos exemplos: o produto que tem apresentado o melhor rendimento médio. Sozinha, ela representa cerca da metade da produção em tonelagem da agricultura, necessitando de menor área ocupada, menos recursos hídricos e maior sustentabilidade em seu cultivo. O mesmo levantamento indica que a colheita de todas as lavouras – anuais e perenes – atingiu aproximadamente 1,24 bilhão de toneladas em 2020. Essa produção ocupou uma área com cerca de 63 milhões de hectares, ou 13,5% do território brasileiro.
Nesse contexto, as novas técnicas e ferramentas de produção também se destacam. Entre 2006 e 2017, o número de estabelecimentos agrícolas com tratores, por exemplo, aumentou 50%. Em quatro décadas e meia, desde 1975, o crescimento foi de 391%.
Ainda, a capitalização e as participações de investimentos são destaques no segmento nos últimos anos, apesar do potencial de avanços. Aproximadamente 15% dos mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários buscam algum tipo de financiamento. Paralelamente, das 784 mil propriedades que obtiveram algum tipo de crédito, destaca-se o fato de 47% serem oriundos da iniciativa privada e 53% de recursos públicos.
Os resultados surpreendentes ainda devem se manter ao longo dos próximos anos. Isso porque o movimento das agtech, startups do campo que também buscam soluções inovadoras por meio de tecnologia, e dos investimentos via mercado de capitais no agronegócio vem crescendo.
Essa união deve manter o desenvolvimento da agropecuária de forma sustentável, por meio do aumento da produtividade, ganhos de escala na produção e redução de custos. Esses fatores, aliados à expectativa de aumento populacional, em que o planeta abrigará mais de 10 bilhões de pessoas até 2050, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), deverão manter esses movimentos.
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