O crédito rural é um tipo de financiamento destinado a produtores, associações e cooperativas do agronegócio, com o objetivo de desenvolver e fomentar a produção agrícola em todo o país. Esse é um dos meios utilizados pelos agropecuaristas para expandir suas atividades e custear inovações no setor, gerando emprego, renda e aumentando a produtividade em toda a cadeia agrícola.
Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a principal demanda do produtor rural brasileiro para o desenvolvimento de suas atividades é o crédito. Não à toa, de acordo com dados do Banco Central do Brasil (BC), entre janeiro e dezembro de 2020, os contratos referentes a esses serviços totalizaram quase 2 milhões, chegando a um valor de R$ 206 bilhões. Por outro lado, entre janeiro e maio de 2021, foram celebrados quase 700 mil contratos e somando R$ 92 bilhões, aproximadamente.
Nesse sentido, a importância do tema faz com que esse tipo de financiamento seja tratado como assunto de Estado em diversos países do mundo, assumindo, muitas vezes, a função de subsídio agrícola com juros abaixo dos valores de mercado. No Brasil, por exemplo, o crédito rural foi institucionalizado pela Lei 4.829, de 5 de novembro de 1965.
No Espírito Santo, esses recursos também possuem importância significativa, pois mais de 80% desse segmento é o principal gerador de renda e sua representatividade no PIB estadual é de, aproximadamente, 30%. Em números, levando em conta a base de dados do BC, os produtores do ES celebraram 25 mil contratos de financiamento, em um montante de R$ 2,25 bilhões.
No Brasil, o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) é a maior referência nos repasses desses recursos. “Todos os associados ao Sicoob podem solicitar o crédito para as suas demandas do campo. Em comparação com as instituições convencionais, as taxas mais competitivas, a minimização da burocracia e a personalização do produto, atendendo a necessidade de cada pessoa ou empresa, destacam-se entre os diferenciais da cooperativa”, afirma Nailson Dalla Bernadina, diretor-executivo do Sicoob ES.
“O principal objetivo do Sicoob é contribuir para a melhoria e crescimento dos negócios, atuando em parceria com seus associados a fim de ajudá-los a encontrar soluções viáveis, econômicas e vantajosas em seus empreendimentos rurais”, completa.
Nesse sentido, em 2020, mais de 4,5 mil produtores foram atendidos pela instituição, com cerca de 5,2 mil contratos fechados no período. No País, são mais de 5 milhões de cooperados, dos quais 9% são produtores rurais. Para este público, os desembolsos chegaram a R$ 11 bilhões na safra 2020-2021 até o mês de fevereiro, um crescimento bruto de R$ 2,78 bilhões com relação ao mesmo período do ano-safra anterior.
De acordo com Francisco Reposse Junior, diretor comercial e de canais do Sicoob, a expectativa é atingir os R$ 17 bilhões ao fim da temporada. A maior surpresa são as liberações voltadas a investimentos, que somam R$ 3,8 bilhões, um avanço de 80% com relação à safra de 2019-2020.
“Atendemos todas as culturas que possuem viabilidade econômica, com destaque para o café, mamão, pimenta-do-reino e pecuária de leite e de corte. A carteira atual do segmento está em R$ 740,3 milhões”, finaliza Reposse.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
