Entenda a importância do café para a economia capixaba
Como motor da recuperação econômica do Brasil no primeiro trimestre do ano, o agronegócio pode ser prejudicado no restante do período. Segundo a consultoria MB Agro, o cenário de estabilidade era de expansão entre 2,5% a 3% do PIB do setor, que agora deve ser revisto com a iminência da crise hídrica, que afeta de forma generalizada o agronegócio.
Em um eventual agravamento do cenário atual, as restrições ao uso da água podem afetar diretamente o agronegócio. Isso porque a água é, basicamente, a matéria prima de qualquer produto, principalmente no campo, onde os agropecuaristas precisam alimentar seus animais e regar suas plantações.
Mas alguns subsetores conseguiram contornar alguns dos maiores problemas. A soja, por exemplo, responsável por mais da metade da safra recorde de grãos neste ciclo 2020/21, já teve sua colheita concluída e, por isso, corre menos riscos. Contudo, outras culturas podem sofrer com aumento dos custos dos insumos e de produção, além da escassez de oferta, o que pode recair sobre o bolso dos brasileiros.
No caso do milho, por exemplo, a falta de chuvas já se refletiu nos preços, embora esse a demanda e a valorização da commodity no mercado internacional, também tenha influenciado nas cotações recordes.
Segundo a Tendências Consultoria, o cenário ainda é de avanço do PIB agropecuário em 2021, de 2,6%. Apesar disso, os efeitos da crise hídrica no setor, caso intensificados, podem gerar revisões ao longo dos próximos meses. Além disso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as safras de alguns produtos como o milho, terão redução na safra em 2021 em 3,9% em relação à 2020, apesar de aumentos de 6% na área plantada e de 6,2% na colhida, incentivados pela escalada de preços.
Nesse contexto, o governo estuda uma Medida Provisória com o intuito de ampliar os poderes do Ministério de Minas e Energia na gestão dos recursos hídricos do país. O objetivo é que a instituição defina quais as prioridades e quais podem ser os setores mais afetados pelo fenômeno.
Assim, a grande preocupação se concentra nas possíveis limitações para o uso de água para a irrigação, usada para entre 3% a 4% da área plantada no país – 8,2 milhões de hectares, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA).
A Agro Business acompanhará o andamento desses acontecimentos e suas consequências até o fim do ano.
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