O “boom” de Linhares e os investimentos em café
O agronegócio tem papel de destaque no Brasil: o segmento representa cerca de 27% do PIB nacional. Nesse sentido, com a produtividade crescente, quadruplicando entre os anos de 1975 e 2015 segundo a Embrapa, o potencial desse setor já foi notado pelas startups brasileiras, que movimentaram US$ 160 milhões neste mercado nos últimos 12 anos. Nesse sentido, há uma relação em constante fortalecimento entre o agronegócio e as agtechs.
Os dados listados acima fazem parte do Distrito Agtech Mining Report 2021: relatório onde são classificadas as soluções e startups do campo com maior potencial de solucionar problemas no agronegócio, de acordo com fatores como número de funcionários, faturamento presumido, funding captado e métricas de redes sociais.
Apesar de fortes variações ao longo desse período, os investimentos nessas startups têm apresentado tendência de crescimento. No ano passado, por exemplo, esse mercado movimentou cerca de US$ 67 milhões, uma forte crescente se comparado à 2019, quando foram investidos cerca de US$ 39 milhões. Ainda, cerca de 40% das rodadas de investimento estão concentradas no estágio seed, isto é, nos estágios de início desses empreendimentos.
Nesse contexto, as soluções e inovações que predominam são os softwares de gestão nas propriedades e de análise de dados, representando 38% desse movimento e favorecendo a chamada agropecuária de precisão. Além disso, biotecnologia e automação também são vertentes exploradas. Mas destaca-se uma carência de serviços para o consumidor final, uma vez que os os atuais projetos focam em soluções na modalidade Business to Business (B2B), o que indica espaço para desenvolvimento. Por outro lado, grande parte dessas iniciativas se concentram nas regiões Sudeste e Sul, os principais berços dessas startups.
Vale lembrar que o relatório contou com o apoio de empresas como a KPMG, Rumo e São Martinho e contém outras dezenas de estatísticas, dados, entrevistas e casos de sucesso de empresas nascentes e promissoras na agropecuária brasileira.
Sabe-se que uma parte considerável da inovação agrícola no país é feita mediante o investimento em pesquisa e desenvolvimento e inovação (PD&I) pelas próprias empresas e instituições do agronegócio. Entretanto, há cada vez mais abertura para soluções que alavanquem a produtividade no setor como no caso das agtechs. Assim, há uma tendência de aumento no investimento e, a médio prazo, no número e na variedade de soluções empreendedoras disponíveis.
A partir desses movimentos, esse ecossistema emprega mais de 4600 pessoas, gerando emprego, renda e progresso. Com o potencial de crescimento, ainda há espaço para favorecer ainda mais pessoas, além de buscar formas de continuar expandindo a produtividade do setor e sua importância para a economia brasileira.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória