Out 2021
6
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

As diferentes espécies de café

Tradicionalmente, muitas pessoas acham que todos os cafés são iguais, ou ao menos bem parecidos. Contudo, para os amantes de café, escutou-se por muito tempo que o conilon foi  classificado como um grão neutro, sendo frqeutnemente utilizado na fabricação do solúvel e nos blends das torrefações para complementar as variedades arábicas.

Contudo, para entender melhor essas diferenças, vamos começar a desmitificar algumas coisas.

A primeira delas, é que os dois representam espécies diferentes de café e, portanto, tem características específicas, como o número de cromossomos, estrutura da planta, formato do grão, sabor, aroma, valor de mercado, entre outros.

O café é membro da família das Rubiáceas, do gênero Coffea, e conta com mais de 100 espécies. No entanto, apenas duas delas são cultivadas e comercializadas, a Coffea Arabica Coffea Canephora.

O arábica (Coffea Arabica) tem 44 cromossomos, que conferem ao café diferentes nuances e sabores. Por outro lado, o conilon (Coffea canephora) tem apenas 22 cromossomos.

As duas espécies têm origem no continente africano e dominam o cenário mundial. Entretanto, o café arábica é proveniente da Etiópia, e corresponde a dois terços de toda a produção global do grão.

Já o café conilon (ou robusta, como também é conhecido), vem do Congo e da Guiné, e representa menor parcela de cultivo no planeta.

Outra diferença é a concentração do plantio de café, o arábica está concentrado especialmente na América do Sul e Central. No Brasil, o destaque fica para Minas Gerais, já que 100% de sua produção é desse tipo de grão.

Em relação ao conilon, a maior parte de cultivo está na Ásia, África e América do Sul. Por aqui, ele é encontrado em maior escala nos estados de Espírito Santo, Rondônia, Bahia e Rio de Janeiro, principalmente por ter preferência por altitudes até 800 metros.

Quando falamos das diferenças sensoriais da bebida, devemos ter em mente que a presença de cafeína é um dos principais motivos, visto que o arábica tem uma concentração de apenas 1,2% da substância, o conilon e as outras variedades de robusta possuem aproximadamente 2,2%. Tais características geram diferenças não somente no sabor e no aroma, mas também nos estímulos causados no organismo.

Qual é melhor café: arabica ou conilon?

A resposta dessa pergunta é muito pessoal. Você gosta mais de café com muito ou pouco amargor? É daqueles que recusam o açúcar? Está querendo diminuir a cafeína? Quer mais praticidade?

O convite que te fazemos é: degustar! E muito!

Como observamos acima, cada grão de café tem características únicas. E olha que nem começamos ainda a falar das diferenças de variedades dentro de cada espécie.

Ainda, vale ressaltar que a forma e o modo de colheita também influenciarão no resultado da xicara. Inúmeras práticas são recomentadas, mas uma das mais importantes delas é entender que se a colheita for realizada com 50% ou mais dos frutos não maduros, haverá maiores chances do consumidor beber um café de menor qualidade.

Vale ressaltar que quando falamos de qualidade, ainda existe uma  carência de trabalhos científicos relacionados aos processos de pós-colheita do  conilon, com vistas à qualidade final do produto e sua rentabilidade.

O conilon por muito tempo não possuia um padrão de bebida cientificamente reconhecido, fato que vinha dificultando uma agregação de valor ao produto, que certamente aumentaria a renda do mini e pequeno produtor capixaba, maioria absoluta no rol dos 33.400 cafeicultores de conilon.

Motivada por esta constatação, a indústria de café foi paulatinamente ampliando o espaço do conilon a ponto de estar hoje utilizando, em média a nível de Brasil, 40% de conilon, segundo o Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café (CETCAF).

Não obstante essa importante conquista, começou-se a testar marcas de café 100% conilon com grande aceitação popular, tornando-o cada vez mais aceito e procurado pelo consumidor final.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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