Governo assina decreto que promove mais sustentabilidade no agro
Pinheiros, município localizado no Norte do ES, será pioneiro na produção de trigo comercial. Esse movimento, liderado pelo produtor Arthur Orletti, é a primeira colheita do estado com foco no comércio e que também deve ser vendida para outra empresa capixaba, movimentando a economia local e incentivando a conectividade intersetorial.
A propriedade de Arthur possui um diferencial: o agronegócio faz parte da trajetória da família, com o negócio passando de pai para filho. Nesse contexto, e com foco na produção de grãos e alimentos, a fazenda integra diversos tipos de culturas como feijão, milho, cana-de-açúcar, mamão, café conilon, pimenta, abóbora, bovinocultura e, agora, o trigo.
“Essa diversificação é uma forma de diluirmos os riscos dentro da nossa propriedade. Afinal, quando uma cultura está exposta a adversidades, provavelmente as outras estarão em alta. Esse é um dos meios de transformarmos a propriedade em uma empresa rural”, disse Orletti à Agro Business.
Com o profissionalismo em mente, Arthur descobriu o potencial da cultura de trigo no Espírito Santo por meio de contato com profissionais de qualificação nacional. “Por meio de informações da Embrapa, descobri que havia viabilidade de produção do trigo no clima do cerrado. Em relação à algumas regiões do Espírito Santo, esse não é um clima tão diferente. E esse conhecimento acendeu a luzinha na minha cabeça.”
A partir disso, e buscando otimizar a sua empresa rural, o grande atrativo dessa nova cultura a ser explorada era o baixo investimento inicial e o grande potencial de lucro. “Nosso estado é um grande consumidor de trigo, e boa parte é importada. Assim, por meio de baixos investimentos, nossa primeira área destinada à essa cultura operou com boa produtividade, fechando a fase experimental já com lucro de 100% em relação ao valor investido.”
“Além dos resultados em si, a cultura ainda encheu meus olhos pelo potencial de mercado e pela venda direta para a indústria capixaba, sem a necessidade de atravessadores”, ressaltou.
Segundo Arthur, o trigo ainda possui um diferencial: ele aumenta a produtividade das lavouras subsequentes à sua produção. “É um cereal que ao longo do cultivo produz muita palha e que possui a capacidade de arejar o solo. Essas propriedades aumentaram em cerca de 30% os resultados das culturas plantadas após a colheita do trigo na minha propriedade.”
Com o sucesso da primeira colheita e o início da segunda colheita ainda nesta semana, os frutos são colhidos ao longo do tempo, com um trabalho consistente e estruturado. Quando perguntado sobre os efeitos da crise hídrica, Arthur destacou que sua propriedade possui um sistema hídrico próprio, que atende as necessidades do ciclo produtivo mesmo em períodos de escassez de chuvas.
Por outro lado, em relação a diversificação de culturas, Orletti conta com consultores especializados em cada um dos produtos trabalhados em sua propriedade. “O agrônomo é o médico da propriedade rural. Cada cultura tem que ter o seu especialista. Essa prática nos auxilia a profissionalizar cada iniciativa na fazenda. É uma das formas de nos reinventarmos e aumentarmos nossa participação de produtos no mercado.”
Por fim, Arthur ressaltou que este é apenas o começo. A ideia é seguir expandindo a participação do trigo dentro de sua propriedade para atender o setor produtivo do nosso estado.
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