Com crise energética, preços de produtos do agro batem recordes
Os produtores de café colombianos deixaram de entregar cerca de 1 milhão de sacas de café ao mercado neste ano, segundo apuração da Reuters. Nesse sentido, a quantia equivale a 10% da safra de todo o país, que é o segundo maior produtor de arábica do mundo. Nesse sentido, consumidores, torrefadores, traders e exportadores foram afetados pelo default.
Os preços globais do café subiram 55% em 2021, principalmente devido ao clima adverso ao redor do globo e, especialmente no território do principal produtor, o Brasil. Com isso, para revender o café a valores mais altos que os negociados inicialmente, muitos cafeicultores colombianos deixaram de fazer as entregas previamente acertadas.
Com o impasse, os principais torrefadores globais já avaliam mudar a marca de seus cafés de “origem única na Colômbia” em virtude dos problemas de abastecimento. Por outro lado, os movimentos podem pressionar ainda mais os preços dos grãos no mercado, uma vez que a Colômbia é um grande player deste mercado. Nesse contexto, os produtores colombianos dizem que retomarão as entregas ainda neste ano ou no início do ano que vem. Contudo, a credibilidade desses agentes já foi afetada, e o mercado não conta com o cumprimento da promessa.
Com o posto de maior player do mercado internacional, o default na entrega dos grãos colombianos pode abrir uma janela de oportunidade para os produtores brasileiros. Isso porque, a espera das melhorias climáticas ao longo dos próximos meses e, com a alta nos preços, há incentivos para cobrir parte do mercado que foi desassistido pelos colombianos.
Nesse sentido, o país ganharia maior relevância nesse mercado e maior credibilidade, o que despertaria ainda mais atenção para os produtos brasileiros. Contudo, ao menos por hora, o mercado deve seguir reagindo aumento de preços e menor oferta global.
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