Mesmo com embargo, carne não dá trégua aos brasileiros
Não é novidade que o mundo passará por fortes mudanças nas pautas de inovação e sustentabilidade nos próximos anos e décadas. A necessidade de controlar os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente e sua relação com a tecnologia de ponta impactam todos os setores da economia e, especialmente, o agronegócio.
Além disso, o mundo passará por uma expansão da população nos próximos anos, com projeções da ONU esperando que o planeta abrigue cerca de 10 bilhões de pessoas até 2050. Nesse sentido, essas inovações no segmento se tornam ainda mais fundamentais, se quisermos alimentar todos os habitantes e ainda prezar pela saúde do planeta.
Cientes desses desafios, boa parte dos produtores e empresários rurais possuem forte tendência para seguir o movimento de inovação, produtividade e sustentabilidade. Segundo a consultoria britânica PwC, 33% dos produtores rurais brasileiros consideram altamente estratégico medir o impacto ambiental de seu negócio e 47% dizem que é importante reportar de maneira mais eficiente esse aspecto da gestão.
Nesse contexto, toda a cadeia produtiva já começa a acelerar o desenvolvimento desses projetos. Não à toa, observamos alguns movimentos inovadores como a pesquisa para a produção de carnes vegetais ou de laboratório, métodos de integração entre lavoura e pecuária e a tendência de utilização de insumos naturais e produção de alimentos orgânicos ou geneticamente melhorados.
E esses movimentos partem tanto de produtores individuais quanto de empresas de capital aberto e consolidadas no agronegócio, como Marfrig, Nestlé e BRF, dona de marcas como Sadia e Perdigão.
Além da integração entre lavoura, pecuária e floresta, citada acima, e que consiste, basicamente, no cultivo de culturas como a soja, integrada com espécies nativas e pasto para o gado, existem diversas técnicas novas que contribuirão para o avanço do agro.
Em primeiro lugar, veremos um avanço considerável na economia de água e no foco em produção de baixo carbono. Algumas startups brasileiras como a AgroSmart desenvolvem sistemas inteligentes que economizam 60% da água que é utilizada na irrigação de plantações.
Além disso, para reduzir a emissão de carbono, o rastreamento da cadeia produtiva como um todo será fundamental para encontrar os pontos em que reduzir as emissões possuem baixo custo e alto resultado. Essa prática já é adotada por empresas como a JBS e o McDonald’s, mas deve se tornar generalizada ao longo dos próximos anos no agro.
Por fim, a agricultura de precisão, que consiste na coleta, sistematização e análise de dados nas propriedades, será essencial para a profissionalização dos pequenos agricultores, bem como nos ganhos de produtividade e sustentabilidade no setor ao longo dos próximos anos. Hoje, diversas tecnologias como o uso de drones, sensores climáticos e a ciência de dados contribuem para o avanço da agricultura de precisão, que será a próxima grande tendência no agronegócio nacional e internacional.
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