Leite em alta no mercado internacional
O Estado, que já é referência nacional na produção de café conilon, mamão, cacau e pimenta, também tem como um de seus destaques o inhame. A produção estadual vai além da comida no prato e contribui também com a tecnologia e a saúde.
No município de Alfredo Chaves, mais especificamente no distrito de São Bento de Urânio, se encontra a capital nacional do inhame. Título que foi concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), também confere a Indicação Geográfica (IG).
O tubérculo ali produzido é tradicionalmente encontrado nos pratos de todo o Brasil; Como alimento, ele pode ser consumido em sopas, purês e ensopados, sendo sempre um prato de alto valor nutritivo e médias calorias, escolha ideal para quem pensa em emagrecer.
Além disso, o inhame possui propriedades medicinais. Isso se deve à diosgenina, um fitosterol encontrado na planta de grande interesse da indústria farmacêutica. Ele ajuda a reduzir os níveis de colesterol no sangue, fortalece o sistema imunológico, possui propriedades antioxidantes, é uma importante fonte de ferro sendo utilizado na prevenção da anemia e é extremamente conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias que contribui no tratamento de hemorróidas, artrites, cataporas, etc.
O inhame pode ser também utilizado como tecnologia de ponta para o desenvolvimento tecnológico sustentável.
O anuário do agronegócio capixaba, realizado pelo jornal Conexão Safra, traz consigo um desses casos de utilização em que relata sobre um projeto desenvolvido por uma aluna da Escola Estadual de Culto à Ciência de Campinas (SP), onde fora projetado um canudo biodegradável à base de inhame e gelatina, que se degrada após 20 minutos imerso em líquidos, colaborando assim com o problema das tartarugas e os plásticos.
Em qualquer uma destas utilizações, o inhame capixaba segue sendo de altíssima relevância, se consolidando cada vez mais como uma importante cultura produzida no Estado. Foram produzidas 95,4 mil toneladas em campos capixabas durante o ano de 2020.
Em relação à área colhida, ela permanece constante ao longo dos anos, um pouco acima dos 3,4 mil hectares, com rendimento médio de 28 toneladas por hectare. A área ocupada e quantidade produzida colocam o inhame como uma das quatro principais culturas produzidas no Espírito Santo.
Com isso, o Estado capixaba é hoje o maior produtor nacional do tubérculo. O já mencionado município de Alfredo Chaves se destaca como líder, produzindo cerca de 50% de toda produção estadual. Em seguida, na capacidade de produção, vêm os municípios de Laranja da Terra, Marechal Floriano, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina.
Os preços do tubérculo têm acompanhado a alta dos insumos. Embora pareça caro para o consumidor final, as margens do produtor rural têm diminuído cada vez mais devido ao encarecimento de defensivos e adubos químicos, bem como a crise mundial de fertilizantes.
O fungo Dematophora bunodes, foi encontrado pela primeira vez no Brasil por pesquisadores do Incaper em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e acomete o inhame e a samambaia preta.
O fungo causa a podridão mole da raiz, e também uma rápida murcha da planta e consequente morte. O produtor que suspeitar que sua cultura foi afetada pelo patógeno pode levar seu tubérculo ou planta para os escritórios do Incaper ou o Centro de Pesquisa Serrano para que possa ser feito o diagnóstico.
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