Jun 2022
30
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Jun 2022
30
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Primeira fazenda urbana do Espírito Santo registra aumento nas vendas

Muito mais do que hortas, as fazendas urbanas se consolidaram como uma solução inteligente para garantir alimentos frescos e mais saudáveis aos moradores dos centros urbanos.  As primeiras surgiram em Nova York, em quintais, terraços e galpões. Na Europa, já existem centenas delas. Em 2017, foi iniciada a primeira fazenda urbana da América Latina, em Belo Horizonte. Desde então, outras vêm sendo criadas, especialmente em São Paulo.

No início deste ano, o Espírito Santo ganhou a primeira fazenda urbana. Funciona num espaço de 1 mil metros quadrados onde antes havia um estacionamento, na Praia do Canto – bairro nobre da capital capixaba. No local, o casal de empresários Hanna e Luiz Gustavo Leocádio produzem 10 diferentes tipos de alface, 4 variedades de rúcula, agrião, acelga vermelha, folhas de beterraba e mostarda, manjericão, espinafre e coentro.

O cultivo é hidropônico, ou seja, sem o contato com o solo e sem uso de agrotóxicos. “Por exemplo, a gente pega uma semente de alface e coloca dentro de uma espuma inerte. Depois de dois dias ela cresce. Após 10 a 14 dias, a gente transplanta. O desenvolvimento ocorre na água em perfis hidropônicos, por onde passa uma solução nutritiva. Depois de 25 a 30 dias, a planta está pronta para colheita.”, explica Luiz Gustavo.

A ideia surgiu da dificuldade que ele e a esposa tiveram para encontrar produtos orgânicos depois que se mudaram do rio de Janeiro para Vitória. “A gente não achava os produtos que estava acostumado a consumir com facilidade. Resolvemos nos jogar e montar o negócio. Conhecemos o conceito de fazenda urbana que é você plantar dentro da cidade, colher na hora e entregar esse produto o mais fresco possível para o cliente.”, destaca Hanna.

Atualmente eles produzem cerca de 7 mil unidades de hortaliças por mês, mas podem dobrar a capacidade. Os clientes podem fazer a colheita no local ou receber os produtos em casa a cada quinze dias ou toda semana, por meio de assinatura. De acordo com os empresários, somente no último mês a procura aumentou cerca de 20%. Atualmente eles estão testando o cultivo de cebolinha, salsinha e de brotos também em hidroponia.

Novos negócios pegam carona no aumento da demanda por orgânicos

O surgimento de novos negócios do tipo pega carona no aumento da procura por alimentos orgânicos, principalmente após a pandemia.  De acordo com a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) o setor encerrou o ano de 2020 com aumento de 30% nas vendas, movimentando cerca de R$ 5,8 bilhões. No ano passado, houve aumento de 12% e o mercado brasileiro de orgânicos faturou cerca de R$ 6,5 bilhões.

Segundo o Ministério da Agricultura, o país tem hoje 25,4 mil agricultores que cultivam frutas, legumes e verduras sem agrotóxicos. A professora de Nutrição da Ufes, Érica Madeira, destaca as vantagens dos orgânicos para a saúde. “Por exemplo, há a prevenção de várias doenças relacionadas diretamente com a alimentação, como diabetes, hipertensão arterial. E ainda doenças da parte óssea, depressão, ansiedade.”.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas