Aproveite o agroturismo sem sair da Grande Vitória
As diversas formas de lidar com o plantio de culturas, com as colheitas, as dificuldades e expectativas no agronegócio, são temas pouco conhecidos para algumas pessoas. Para mostrar como funciona o mundo rural na prática, produtores rurais têm ganhado visibilidade nas redes sociais ao publicar a rotina diária da vida no campo e desmistificar alguns temas importantes que envolvem as propriedades rurais. É o caso da engenheira agrônoma e produtora rural, Luiza Bonomo, que conquistou seguidores ao compartilhar o seu amor pelo agro e a sua rotina na propriedade da família no município de Jaguaré, norte do Espírito Santo.
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Tudo começou quando sua mãe Verônica herdou a propriedade de herança. Com isso, seu pai Lutemir Trés deixou a profissão de pedreiro para se dedicar ao cultivo do café conilon e da pimenta na região.
Luiza cresceu na lavoura, aprendeu a ler e a escrever junto com a mãe, antes mesmo de frequentar o ensino fundamental. Durante a graduação de agronomia na Ufes de São Mateus, fez um estágio em uma empresa multinacional e conquistou a oportunidade de trabalhar nos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo.
Após a contratação, começou a trabalhar com tecnologia de aplicação. No final de 2020, passou a se dedicar integralmente à plantação da família e, com isso, surgiu a necessidade de mostrar um pouco mais sobre o seu dia a dia no campo.
“Iria renovar o contrato de trabalho, porém senti um chamado muito grande para ficar aqui na roça e dar continuidade às atividades da nossa lavoura. No começo foi um pouco difícil para me adequar porque eu estava acostumada a ter a minha independência, quando cheguei aqui foi tudo diferente porque o meu pai já tinha uma metodologia de trabalho”, ressaltou.
As redes sociais assumiram um papel importante na vida de Luiza. Ela se capacitou por meio de um curso de Marketing no Agronegócio e participou de um reality show com influenciadores digitais do segmento, ficando em segundo lugar. Com esse impulsionamento, viu o crescimento da popularidade na internet.
“Nesse período foi um momento de muito aprendizado, eu tive um bom crescimento no Instagram. Hoje eu sigo nessa vida diária de levantar, fazer os serviços da propriedade, concílio as tarefas administrativas, de pagamentos e de controle de custos com as redes sociais”, afirmou a agrônoma.
Em sua visão, a conquista de mais de sete mil seguidores nas redes sociais é devido a forma como o conteúdo é abordado. O retorno das pessoas que acompanham o trabalho dela tem sido positivo por abordar ao mesmo tempo a visão técnica e prática dos processos.
“Na lavoura, não existe uma receita pronta para o sucesso, existem contratempos e dificuldades, então por eu retratar esse tipo de conteúdo da vida real as pessoas se identificam”.
O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil. A propriedade da família fica localizada em Jaguaré, município que se destaca por apresentar uma das maiores produções de café conilon do Estado, sendo ultrapassado por Linhares e São Mateus.
A internet segue sendo um fator determinante para o surgimento de novos negócios e, no caso da Luiza, não foi diferente, pois a sua rede de contatos nas áreas profissionais e pessoais foram impactadas positivamente. “Tem aparecido muitas pessoas interessadas no meu trabalho. Agora, estamos com um projeto de torrefação de café, sendo feito de forma artesanal ainda, e muitas pessoas têm me procurado para comprar o material”.
Quando questionada sobre qual recado deixaria para outros agrônomos no nosso estado que desejam investir no digital, Luiza falou que o futuro do agronegócio está no digital. “O perfil do agro ainda é de pessoas com mais idade, mas percebemos os filhos de produtores tocando os negócios. O agrônomo precisa estar no digital. Por mais que não tenha muitos seguidores do nicho, é importante postar os resultados que o trabalho está gerando, principalmente se você for um representante de vendas, um consultor, vendedor da área ou produtor rural”, concluiu.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória