Com mais de 1 milhão de produtores qualificados, Senar incentiva inovação e tecnologia nas propriedades capixabas
O mercado de crédito de carbono tem ganhado muito destaque no Brasil e no mundo após a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), na Escócia, que definiu os parâmetros para orientar o funcionamento do mercado para alcançar as metas climáticas. No próximo dia 30 de setembro, em Venda Nova do Imigrante, o 3° Encontro Agro Business vai trazer para o Espírito Santo especialistas para explanar sobre crédito de carbono e agricultura sustentável com produtores capixabas.
O evento será presencial com a oportunidade de participação no formato on-line. Inscreva-se aqui.
O evento, parceria entre a Apex Partners e Rede Vitória, vai abordar, dentre outros assuntos, sobre o mercado de créditos de carbono. Um dos palestrantes confirmados é Sávio Sardinha, engenheiro agrônomo e head da Agro Future Carbon, empresa que desenvolve projetos baseados na geração de créditos de carbono.
O conceito de crédito de carbono surgiu a partir do Protocolo de Kyoto, em 1997, como uma forma de mitigar o aquecimento global dando a países e empresas que emitem menos carbono a oportunidade de vender títulos (créditos de carbono) para aqueles que não conseguiram atingir suas metas de redução de emissão.
Durante a COP26, o Brasil se comprometeu em reduzir a emissão de carbono em 50% até 2030. Para ter uma noção, a cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida para a atmosfera corresponde a um crédito de carbono.
Sávio vê o encontro como uma forma de discorrer sobre o inventário de emissões de gases do efeito estufa. O relatório reúne a compilação e a análise de dados e contribui para a responsabilidade e sustentabilidade ambiental nas instituições. “Empresas que não tem inventários vão ter muitas dificuldades do ponto de vista de alocação de capital e relacionamentos com bancos”, disse.
Ele também pretende trazer informações sobre a implementação do carbono no solo e falar com mais detalhes sobre o contrato inédito da Future Carbon com a canadense Carbon Streaming Corporation. A operação cede os direitos sobre 5% da receita gerada pelo “fluxo futuro” de créditos de carbono da Future.
A canadense vai desembolsar US$ 3 milhões para o desenvolvimento e a manutenção de quatro projetos de REDD++ (incentivo desenvolvimento no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima).
Mariana Caetano, diretora comercial da Santos LAB, empresa especializada em tratamento de dados históricos de clima e análises de solos, vai abordar sobre as formas de manejo de recursos hídricos e agricultura mais sustentável para os produtores rurais.
O produtor precisa acompanhar de perto as mudanças que o agronegócio tem passado. Para ela, a agricultura precisa ser produtiva, mas também ser resiliente ainda mais devido aos impactos do clima extremo que têm se tornado frequentes no Brasil e no mundo.
Existem mecanismos que remuneram os produtores que estão preocupados com a preservação do meio ambiente. No Brasil, existe o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que estimula à conservação e desenvolvimento sustentável pela remuneração em troca do bem preservado.
“As empresas precisam passar a adotar esse mecanismo. Quando o produtor rural tem um excedente de vegetação na propriedade, existem produtos e linhas de créditos que os bancos podem oferecer com taxas de juros mais baixas. É uma forma de manter mais áreas de preservação”, destacou.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória