Com receita de R$ 1,2 bilhão, Cooabriel está entre as maiores empresas de café do Espírito Santo
São massas, doces, compotas, biscoitos, pães, produtos que demonstram claramente a vocação rural e artesanal de Santa Teresa, região serrana do Espírito Santo. Do plantio à colheita, produtoras rurais têm se dedicado para atender as demandas do agronegócio, empreender e ter uma fonte de renda. Elas contribuem para a agricultura familiar e são responsáveis por colocar o alimento na mesa de muitos capixabas e até mesmo de outras localidades.
Esse é o caso da Luciana Redighieri Filipini, que desde nova cuida de plantações de café. Ela é produtora rural desde os 15 anos e tirou do trabalho no campo o sustento da família.
Além do café, a produtora viu que era necessário ter outras fontes de renda na comunidade, junto com outras famílias resolveu criar uma associação de produtores. A união acabou crescendo e se tornou uma agroindústria só com a presença de mulheres.
“Foi uma das primeiras associações que nasceu, cresceu com a presença de tantas mulheres. Decidimos montar uma agroindústria para ajudar na renda das famílias. Um produtor da região concedeu a casa para montarmos a nossa agroindústria”, disse Luciana Redighieri.
Luciana e outras seis mulheres da comunidade perceberam que era possível conciliar a vida na lavoura e colocar a mão na massa. Há sete anos, elas preparam produtos caseiros para serem vendidos pela região de Santa Teresa e os arredores.
Inicialmente a produção das receitas eram focadas no consumo familiar, mas com o passar dos anos os produtos passaram a ter finalidade comercial. Para isso, foi necessário estruturar o modelo de negócios.
São fabricados por semana cerca de 200 quilos de massa. Os produtos são vendidos de porta em porta pela comunidade e uma parte é destinada para merenda escolar.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017, mais de quatro milhões de brasileiras ocupavam cargos em estabelecimentos agropecuários no país.
Alessandra Maria da Silva, agente de extensão rural do Incaper, estima que o número pode ser bem maior do que o identificado pelo último censo.
“Quase metade da população rural capixaba é de mulheres. Ao mesmo tempo, o IBGE traz a informação que o setor agropecuário reconhece que apenas 14% dos estabelecimentos rurais no Estado são chefiados e geridos por mulheres”, disse.
Alessandra pontua que muitas mulheres trabalham muito no campo. Levantam cedo, cuidam da família, carregam peso, plantam e colhem os seus produtos. No entanto, a parte de negociação com o meio público para vender os produtos e os espaços de decisão são frequentados por homens.
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