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Com a adoção da prática de apicultura migratória, produtores de Colatina, no Espírito Santo, estão conseguindo triplicar a produção de mel. Neste sistema, as colmeias são levadas para várias lavouras diferentes, que estejam em floração, para aproveitar ao máximo as floradas. O apicultor Zeferino Lauer se dedica à apicultura há muitos anos e adota o modelo migratório. Parte do mel produzido é exportado para o Japão por meio de uma empresa de São Paulo que compra o produto da Associação dos Apicultores do Espírito Santo. Já a outra parte é transformada em mel líquido e vendida no estado.
A maior produção de mel acontece por causa do aumento do número de colheitas realizadas diversas vezes por ano. No sistema tradicional seria apenas uma. No primeiro ano, Zeferino Lauer percebeu que a produção aumentou em até três vezes.
Ele é professor de Biologia aposentado e sabe como manusear as abelhas desde criança, uma herança que passou de pai para filho. Desde 2010, se dedica exclusivamente à produção de mel para fins comerciais. Com os anos, a quantidade de colmeias foi crescendo e os pedidos dos clientes também.
Desta forma, investiu em uma pequena unidade de envase do produto. Em seguida, passou a adotar a apicultura migratória, que é quando as colmeias vão para os locais onde estão ocorrendo as floradas.
“Quando não tem flor no local, nós levamos a abelha onde estão as flores para a produção do mel. Nós levamos para diversos lugares a quantidade de caixas de acordo com a florada do local”, destacou Lauer.
Ao todo, Zeferino tem 275 caixas de colmeias espalhadas por 21 locais do Espírito Santo. São propriedades rurais com floradas de café, laranja, eucalipto, entre outras, localizadas em diversos municípios capixabas.
A venda do mel é realizada na região e pela Associação de Apicultores do Espírito Santo, que já conseguiu vender até para o Japão. “Quando começamos a produção de mel, apareceu uma empresa de São Paulo interessada no nosso produto. Na época, nós enviamos uma amostra que foi aprovada prontamente.
A produção anual de mel do Espírito Santo é de 1.000 toneladas por ano. A produção média de uma colmeia é de 30 kg. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) estima que em torno de 250 apicultores capixabas estão organizados em associações, sendo cerca de 1.200 produtores envolvidos na atividade.
As colmeias móveis são semelhantes às fixas, mas devem ter a sua estrutura reforçada para resistirem aos sucessivos carregamentos e descarregamentos que passam periodicamente. Uma tela protetora também é importante na hora do transporte.
Para o apicultor, 2022 foi um ano desafiador para a produção de mel por conta das extremidades climáticas que alteraram os ciclos das abelhas. “Desde 2010, este foi o ano que eu menos consegui produzir mel por conta dos efeitos climáticos”, disse Zeferino.
Com informações do repórter Mairon Torres
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