Abr 2023
1
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Brasil atinge a marca de 100 Indicações Geográficas

Os produtos agroalimentares fazem parte da maioria das indicações. Dos 100 existentes até o momento, são 79 registros. As indicações geográficas reconhecem a procedência ou origem de um produto e garantem a sua qualidade, regionalidade e/ou processo de produção.

Já a obtenção desses registros exige caracterizações técnicas do produto e de sua região, trabalho executado pela pesquisa científica. O chefe-geral da Embrapa Café, Antônio Fernando Guerra, destaca que as IGs dão ao consumidor a garantia de estarem comprando um produto de qualidade.

“Essa excelência, levando-se em conta a sustentabilidade ambiental, social e econômica é o que baliza as pesquisas realizadas no âmbito do Consórcio Pesquisa Café”, explicou.

Segundo ele, além das cultivares desenvolvidas para atender às necessidades de cultivo de cada microrregião, o uso de conhecimentos gerados pela pesquisa, tanto em termos de manejo de solo, da água e da lavoura, assim como da administração da propriedade, permite aos produtores diferenciar os seus cafés e atender aos consumidores mais exigentes.

A primeira região produtora de café reconhecida foi a Região do Cerrado Mineiro, sendo a segunda IG brasileira, com o registro de Indicação de Procedência concedido pelo INPI, em abril de 2005.

Em 2011 foi a vez da Região da Serra da Mantiqueira, também em Minas Gerais, seguida pelo Norte Pioneiro do Paraná (2012), Alta Mogiana em São Paulo (2013), Região do Pinhal em São Paulo (2016), Oeste da Bahia (2019), Campo das Vertentes e Região das Matas de Minas, ambas em 2020.

Vale ressaltar que as regiões do Cerrado Mineiro e da Mantiqueira de Minas tiveram os seus registros de IP alterados para registro de Denominação de Origem, em 2013 e 2020.

Café: Espírito Santo acumula três IGs

Em 2021, o Caparaó, as Montanhas do Espírito Santo e as Matas de Rondônia receberam os registros de denominação de origem, e o café conilon capixaba obteve a indicação de procedência.

O Espírito Santo ocupa uma posição de destaque na produção brasileira de café, sendo o segundo maior produtor e com expressiva produção de conilon e arábica. Atualmente, cerca de 75 mil famílias vivem da cafeicultura.

Os cafés que têm o selo ganham mais competitividade no mercado, inclusive, no internacional. Os benefícios são tanto para quem consome quanto para quem vende porque essa é uma certificação de garantia de um produto de qualidade.

A área geográfica do Caparaó envolve dez municípios do Espírito Santo e seis de Minas Gerais. A topografia da região é um dos fatores de maior relevância para a cafeicultura de arábica porque as condições climáticas entre 1.500 e 2.400m de altitude se aproximam da zona temperada da Etiópia, origem deste tipo de café.

O café da região tem conquistado muito espaço nos últimos anos em concursos de qualidade, sustentabilidade e boas práticas agrícolas.

Já o café produzido nas montanhas abrange 16 municípios capixabas. Alguns fatores naturais influenciam nas características, como altitudes que variam de 500m a 1400m acima do nível do mar; temperatura média anual entre 18 e 22°C; e quantidade de chuva média anual entre 1000mm e 1600mm.

O selo do café conilon se diferencia dos outros porque atende todo o estado, sendo inclusive a primeira do Brasil com este perfil. O conilon capixaba é referência nacional e mundial por se tratar de um cultivo iniciado em 1912, com a introdução das primeiras mudas e sementes.

A grande expansão produtiva ocorreu na década de 60, quando a crise cafeeira afetou a produção do arábica. As características deste café são: produção em regiões que têm temperaturas mais elevadas e maior concentração de cafeína.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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