Durante a quarta edição do Encontro Agro Business, em Linhares, no painel “Novas tendências e as potencialidades do agronegócio capixaba”, o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, apresentou mais informações sobre o novo Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag). O documento, que está sendo construído com foco na sustentabilidade, deve ficar pronto dentro dos próximos quatro meses. Em paralelo, outros programas devem ser lançados no Espírito Santo, voltados ao estímulo à pecuária e à cafeicultura.
O economista da Futura Inteligência, Orlando Caliman, que também é coordenador estratégico do plano estratégico do agro capixaba, destacou, no painel mediado por Ricardo Frizera, que entre 2003 e 2016 foram lançados três documentos com o objetivo de estabelecer estratégias e iniciativas para estimular a produção agrícola no Espírito Santo.
“O Espírito Santo sofreu nos últimos 40 anos muitas transformações. Em 1960, a agropecuária foi responsável pela geração de 52% da riqueza produzida no estado. No entanto, o setor foi perdendo a força, chegando em 2022 com apenas 3,5% de participação na economia capixaba. Neste tempo, a indústria explodiu e passou a comandar a participação. A partir de 2002, o Pedeag surgiu como um planejamento para preparar o agro para a economia capixaba”, explicou Caliman.
De acordo com o secretário Enio Bergoli, a quarta versão do Pedeag virá com a base de Sustentabilidade e com foco em produtos que no passado não se destacavam economicamente, mas agora fazem parte das maiores participações agrícolas.
“O Espírito Santo tem se destacado na produção de diversos cultivos que antes não eram imagináveis, como a pimenta-do-reino, o gengibre e o café solúvel – são produtos que têm crescido a cada ano. Com o uso da tecnologia no campo, a banana também tem se destacado em produtividade e no aumento da área produtiva. Nos últimos 20 anos, o estado quase dobrou a produção”, explicou Bergoli.
Segundo ele, o foco em Sustentabilidade se dá também porque a pandemia mudou o perfil de consumo da sociedade, que agora começou a enxergar de outra forma os produtos com qualidade e feitos de forma mais sustentáveis.
“O estado é pequeno em tamanho, mas gigante em oportunidades. Ainda mais porque os nossos produtos são enviados para mais de 100 países e cada vez mais os produtores têm investido em qualidade. No plano de desenvolvimento do agronegócio nós queremos discutir temas transversais nos arranjos produtivos do cenário capixaba”.
Durante sua fala, Caliman sustentou que serão trabalhados os temas que envolvem a tecnologia, inovação e sustentabilidade.
“A exigência na ponta está cada vez maior, em busca de certificações as pessoas querem saber o caminho percorrido e a trajetória do produto. A quarta edição do Pedeag vai adentrar novas fronteiras e trabalhar fortemente para identificar o que possa ser potência de crescimento e oportunidade para o Espírito Santo”, disse o economista.
O governo estadual, juntamente com diversos atores do setor público e privado, também está desenvolvendo um Programa de Desenvolvimento da Cafeicultura para promover a cadeia produtiva do café no estado, principal atividade agrícola do estado.
Além disso, também está na programação o lançamento do Programa de Desenvolvimento da Cadeia do Leite, visando o aumento da produção e da produtividade do leite nas fazendas capixabas para o atendimento da demanda por lácteos por parte da população. Também está no radar a ampliação da capacidade instalada das indústrias de laticínios, além da redução de custos de produção e à autossuficiência do estado na produção em relação ao consumo.
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