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No distrito de Ponte de Itabapoana, em Mimoso do Sul, os irmãos Edson e José Eduardo da Cruz Del’Esposti transformaram uma área degradada em plantio de Mogno Africano. São cerca de 25 mil árvores plantadas em 55 hectares, com expectativa de dobrar a quantidade de mudas para mais 25 mil, chegando a 50 mil nos próximos anos. A diversidade de árvores favorece a restauração das florestas e também é espaço de pesquisa e conservação ambiental.
Com a ajuda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), os produtores compraram as primeiras mudas de mogno da África e iniciaram a plantação em 2007.
Atualmente, a área contempla 55 hectares e cerca de 25 mil árvores plantadas. Nos próximos anos, serão plantadas mais 25 mil mudas. No local existe uma variedade de árvores com espaçamento de plantio entre oito a 16 anos, o que torna o espaço propício para o desenvolvimento de pesquisas.
O Mogno Africano é utilizado na fabricação de móveis, instrumentos musicais, construção naval e produção de energia. Uma vantagem para o produtor é que ele pode ser cultivado com outras culturas.
O pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), João Gabriel Missia, explica que também é possível plantar com café e gado. “Ter agroflorestas é um dos cenários mais interessantes para o estado em função da área. Nós buscamos interagir com outros parceiros, como o Fórum Capixaba de Agrofloresta e Madeira, e montar um cenário para aproveitar essa diversidade e gerar conhecimento”, disse.
O mogno tem grande atratividade no mercado. Segundo o pesquisador, o mogno mais jovem pode ser vendido entre dois a três mil reais o metro cúbico da madeira, classificada e seca em estufa. Além disso, pode chegar a cinco mil reais quando a madeira está com idade mais avançada. Apesar do alto valor, o foco dos irmãos não é a venda.
De acordo com o produtor Edson Cruz, os estudos de universidades no local permitiram um outro olhar a respeito da floresta ao aliar o plantio com outras culturas. A intenção também é plantar palmito pupunha, palmito juçara, cacau, cupuaçu, entre outras culturas.
“Nós fizemos parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e hoje temos turmas de mestrado, doutorado e pós-doutorado fazendo estudos dentro da propriedade. Isso deslumbrou o cenário de ter receita sem derrubar árvores”, explicou.
Uma das pesquisas realizadas na floresta é para avaliar o impacto de diferentes condições climáticas na madeira.
“Os trabalhos com qualidade da madeira de Mogno Africano ainda são limitados no nosso país. Essa espécie é pouco divulgada e foi plantada mais recentemente. Como são pioneiros, eles já tem árvores em idade mais avançada para podermos estudar a qualidade da madeira. Essa área é estratégica para nós”, explicou a professora da Ufes, Graziela Vidaurre.
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