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O cultivo de flores no Espírito Santo tem se mostrado uma atividade com grande potencial econômico e uma fonte alternativa de renda para as famílias que vivem no meio rural. De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), são mais de 400 agricultores familiares que se dedicam a essa atividade, com destaque para os municípios de Santa Teresa e Guaçuí. Com a intenção de potencializar a orquidofilia no Espírito Santo, preservar as espécies nativas e proporcionar novas oportunidades de renda para os floricultores, o Espírito Santo, no município da Serra, vai sediar, de 7 e 10 de setembro, a 10ª edição do Festival de Orquídeas.
O Espírito Santo é nacionalmente conhecido por seu pioneirismo na produção de orquídeas desde a década de 1950. Isso se deve ao acervo de material genético natural e à organização dos produtores, que têm impulsionado essa atividade.
Destacam-se as espécies nativas da Mata Atlântica, principalmente as Catlleyas, como as variedades warningeri, schilleriana, velutina e amethystoglossa (mais comum no norte capixaba e no sul baiano). Além disso, outras espécies, como a Cattleya walkeriana, originária do Cerrado mineiro, também são amplamente reproduzidas no Brasil.
A Mata Atlântica do Sudeste, especialmente a região entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, abriga uma maior diversidade de orquídeas nativas do mundo, com aproximadamente 1.500 espécies, de um total de 3.500 catalogadas no Brasil.
Organizado pelo Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff), o evento terá exposição de plantas, artesanatos e produtos derivados das abelhas, diretamente das colmeias locais. Claudiney Rocha, diretor do Instituto Ibraff, destacou a importância desse evento na preservação dessas espécies.
“O Festival de Orquídeas, que teve sua primeira edição em 2013, visava inicialmente à conservação das espécies e ao desenvolvimento da orquidofilia no Espírito Santo, bem como à criação de oportunidades de empreendimento para artesãos e agricultores familiares”, explicou Rocha.
Desde então, o evento ampliou sua abrangência, abordando temas como a apicultura, questões ambientais, a prevenção do atropelamento de animais silvestres nas rodovias e a importância de comprar orquídeas de orquidários cadastrados, em vez de retirá-las da natureza.
Na edição anterior, um público de 3 mil visitantes participaram e foram vendidas aproximadamente 800 plantas, além de artesanato e produtos relacionados à economia solidária, apicultura e meio ambiente.
Entre as atrações do festival está o sorteio de orquídeas, no qual cada litro de leite doado dará direito a um cupom para concorrer as plantas. Vale destacar que as orquídeas podem variar de preço, dependendo da espécie, desde mudas acessíveis a partir de 10 reais até exemplares raros que podem valer milhares de reais.
“A orquidofilia é uma paixão que transcende o valor financeiro, pois cada orquídea possui sua própria beleza e singularidade. O festival busca promover essa paixão e conscientizar sobre a importância da preservação das espécies em um momento em que o desmatamento e as queimadas representam uma ameaça crescente”, explicou Claudiney.
O Espírito Santo é reconhecido como o maior celeiro de orquídeas do Brasil, com maior quantidade de gêneros e espécies. Alguns municípios, como Santa Teresa, abrigam espécies que são encontradas apenas nessa região. Uma das espécies que pode ser encontrada no Espírito Santo é a Cattleya Schilleriana Trilabelo, que se encontra em extinção e é considerada rara em nível mundial. Apesar de sua raridade, essa orquídea ainda não tem um valor comercial estimado, dada a sua importância para a biodiversidade local.
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