Out 2023
31
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Out 2023
31
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Herbicida glifosato foi banido em alguns países

O glifosato é um princípio ativo aplicado nas folhas para controlar mais de 150 espécies de ervas daninhas existentes, bloqueando a sua capacidade de absorver alguns nutrientes. Ele não costuma ser usado no ciclo de produção das culturas porque pode afetar o cultivo principal.

O uso do glifosato nas lavouras já foi banido em diversos países que relacionam o seu uso ao desenvolvimento de doenças. No Brasil, ele é autorizado, com restrições, no plantio de algumas culturas.

A pesquisa vem justamente para isolar e identificar  microrganismos capazes de destruir resíduos do glifosato aplicado nas lavouras de café. Ao fazer isso, é possível utilizar esses microrganismos para reduzir o impacto do glifosato no meio ambiente e riscos à saúde humana.

A iniciativa foi realizada a partir da Rede Inova Café, uma ação da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (Seag) com a participação de pesquisadores da Universidade Vila Velha (UVV), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

“A importância desse projeto reside na criação de soluções biológicas para um problema ambiental e de saúde, contribuindo para uma produção de café mais sustentável em nosso estado. A colaboração com instituições de renome internacional e nacional amplia a nossa capacidade de pesquisa, trazendo diferentes expertises e abordagens. Isso enriqueceu o projeto e foi crucial para os avanços que alcançamos até agora”, explicou Alessandro Coutinho, professor e pesquisador da UVV.

O projeto também contou com a colaboração de instituições como a Universidade de Lisboa, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ).

Além do estudo, foram produzidos biofertilizantes para o tratamento das plantas, do grão e para promoção do crescimento do cafeeiro. A partir do desenvolvimento dos produtos, estão sendo patenteados quatro processos que envolvem o aumento da área radicular, absorção dos nutrientes, ação contra patógenos e o modelo de consórcio de microrganismos degradadores em um novo veículo de inoculação.

“Estamos formando profissionais desde a graduação até o pós-doutorado em nossa infraestrutura de pesquisa na UVV. Isso garante não só o desenvolvimento da pesquisa, mas também a formação de uma nova geração de cientistas e profissionais altamente qualificados para lidar com desafios agrícolas e ambientais”, disse Coutinho.

A formação envolve cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Vegetal da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e a UVV.

Ancorada na ciência e tecnologia, startup Symbiotech desenvolve biofertilizantes

Do projeto, nasceu a startup Symbiotech, que busca transformar as descobertas em soluções práticas para o mercado e acelerar a comercialização das tecnologias desenvolvidas no projeto, possibilitando um impacto real no setor agrícola.

Liderada pela CEO e pesquisadora da UVV, Amanda Azevedo Bertolazi, a startup foi aprovada no Programa Centelha II, passou pelo maior programa de aceleração da América Latina, o Inovativa Brasil, e teve a ideia premiada em terceiro lugar na Academia-Industry Training (AIT).

As pesquisas começaram nos cafés conilon e arábica, mas estão avançando para a horticultura. Os próximos passos da startup incluem avançar nos testes experimentais com viveiristas de Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriano que trabalham com o café arábica e de Aracruz com plantas de café conilon e mamão.

Os produtos desenvolvidos em laboratórios serão testados no campo e os resultados devem começar a aparecer a partir do ano que vem. Posteriormente, a intenção é investir na produção dos biofertilizantes em escala comercial.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas