A expectativa para a safra de grãos 2023/2024 no Brasil é de 316,7 milhões de toneladas, conforme revelado pelo segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Embora esse número represente um declínio de 1,5% em relação à safra anterior, com 4,7 milhões de toneladas a menos, a atenção agora se volta para o desenvolvimento das lavouras em meio a condições climáticas desafiadoras. Com o avanço da semeadura em novembro, a área semeada permanece abaixo dos níveis do ano anterior, influenciada por chuvas no Sul e Sudeste, além de baixas precipitações no Centro-Oeste.
A segunda estimativa da Conab prevê um crescimento de 0,5% na área cultivada, atingindo 78,9 milhões de hectares. Essa área engloba não apenas as culturas de primeira safra, com plantio até dezembro, mas também as de segunda e terceira safras, além das de inverno, cujos plantios se encerram em junho.
Apesar dos desafios impostos pelo El Niño, a Conab destaca otimismo quanto à possibilidade de alcançar a segunda maior produção de grãos na história brasileira, como enfatiza o presidente da Conab, Edegar Pretto.
“A nossa expectativa é de novamente termos uma potente safra de grãos no país, apesar das questões climáticas provocadas pelo El Niño. As informações levantadas pela Conab indicam, neste momento, que possivelmente teremos a segunda maior produção de grãos da história brasileira, podendo ser a primeira, devido ao aumento da área plantada”, disse.
A soja é projetada para alcançar 162,4 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como o principal produtor mundial, com um aumento de 2,8% na área plantada. Para o milho, a área cultivada diminuiu em 5%, atingindo 21,1 milhões de hectares, com uma produção de 119,1 milhões de toneladas. O algodão apresenta um aumento de 4,2% na área plantada, totalizando 1,73 milhão de hectares, com uma produção estimada de 3,04 milhões de toneladas.
Quanto ao arroz e ao feijão, há expectativas de crescimento de 5,2% e 3,3%, respectivamente, nas áreas plantadas, refletindo em produções de 10,8 milhões de toneladas e 3,1 milhões de toneladas.
No mercado, os dados indicam um aumento de 6,1% no consumo doméstico de milho, atingindo 84,5 milhões de toneladas em 2024. As exportações de soja em grãos são revisadas para cima, alcançando 98,06 milhões de toneladas, representando um aumento de 25% em comparação com 2022. Quanto ao algodão, apesar do desempenho mais fraco, a expectativa é de um crescimento de 7,35% na safra 2023/24, atingindo 730 mil toneladas, enquanto os estoques finais devem diminuir 7,73%.
No cenário do trigo, a balança comercial revela mudanças nas importações, agora estimadas em 5,4 milhões de toneladas devido à redução na produção. Com essas adaptações, espera-se encerrar a safra 2023 com um estoque de passagem de 531,9 mil toneladas.
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