Grupo Coroa investe R$ 10 milhões para ampliar capacidade da fábrica de Domingos Martins
Tudo começou durante a pandemia da Covid-19, quando André Perim cursava a faculdade de Administração e passou a fazer experimentos em casa no método de hidroponia. Desde então, o jovem decidiu empreender no agronegócio e escolheu a cidade de Viana, no Espírito Santo, para se dedicar ao cultivo de alfaces hidropônicas. A técnica de hidroponia, adotada por André, consiste em cultivar sem o uso do solo. Nela, as raízes recebem uma solução que contém água e todos os nutrientes essenciais para o desenvolvimento da planta. Com o método, são produzidos 900 pés de hortaliças por semana.
O que começou como um simples hobby para André durante a pandemia rapidamente evoluiu para um negócio. Só a estrutura da estufa demandou investimento de R$ 170 mil para as adequações necessárias para o cultivo de hortaliças.
“Comecei em casa, experimentando durante a pandemia, com mudas de rúcula, manjericão e alface e, posteriormente, fui para as frutíferas, como as pimentas. Depois de formado na faculdade, eu transformei o hobby em um trabalho e uni o útil ao agradável ao construir a estufa”, explicou Perim.
Por semana, são produzidos 900 pés de alface e a água é uma grande aliada do agricultor. Perim detalha o sistema de hidroponia, enfatizando a preparação de soluções específicas para cada cultura, cuidadosamente diluídas e distribuídas para todas as plantas.
“Em virtude da ausência de substratos para fornecer nutrientes às plantas, a abordagem é preparar tudo na água. No nosso processo, introduzimos uma solução específica para cada cultura, contendo NPK, cálcio e ferro. Essa solução é adicionada à caixa d’água, onde passa por um processo de diluição. A partir desse ponto, o sistema é iniciado, permitindo que a água seja distribuída de maneira uniforme para todas as plantas”, esclareceu.
Para Perim, as vantagens do sistema hidropônico são diversas, desde o cultivo em perfis móveis até a redução significativa de perdas, apenas de 4% de alface. Além disso, destaca-se a economia de água, o sistema consome 80% menos água em comparação com o cultivo tradicional em campo. A estrutura da estufa é estrategicamente equipada com ventiladores, tela de sombreamento e gerador para enfrentar desafios climáticos.
As plantas são cultivadas em perfis específicos, de modo que as mudas se encaixam nos furos existentes, se sustentando na posição de produção ideal. Nesse modelo não existe contato com o solo, mas as raízes recebem água e outros nutrientes para o desenvolvimento ideal da planta.
O ciclo completo, do plantio ao consumo, demanda aproximadamente dois meses, com mudas provenientes de um viveiro em Venda Nova do Imigrante. André adapta suas variedades de alface de acordo com as estações do ano.
Na propriedade de André existe um outro cultivo que chama atenção pelo tamanho: os microverdes. Estas mini hortaliças, colhidas entre 7 e 21 dias após o cultivo, incluem variedades como rúcula, alface, agrião e beterraba. Além de ocuparem pouco espaço, os microverdes possuem alto valor agregado, prometendo retornos financeiros para os agricultores, em sintonia com o crescimento da horticultura e a busca crescente dos consumidores por alimentos mais saudáveis.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória