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Aumentar a quantidade de sacas de cafés especiais exportadas é um dos objetivos do movimento Origem Controlada Café, que reúne os produtores de 14 Indicações Geográficas (IGs) e cobre uma área de 411 municípios brasileiros, com potencial de incluir quase 100 mil cafeicultores do país. Neste final de semana, representantes dessas localidades se reuniram em Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, para avaliar as estratégias de como alavancar as vendas dos cafés especiais. A iniciativa também discutiu sobre o projeto Digitalização das IGs de Café, plataforma de rastreabilidade que está sendo desenvolvida com o apoio do Sebrae, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Instituto CNA.
O café possui 14 registros de Indicações Geográficas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Do total, nove são de Indicação de Procedência (IP) e cinco de Denominação de Origem (DO). A estimativa é que o potencial de produção de cafés especiais dos produtores dessas regiões seja de 38 milhões de sacas por ano. Atualmente, o Brasil exporta cerca de 10 milhões de sacas de cafés especiais anualmente.
Dessa forma, o café segue como o produto agrícola brasileiro com o maior número de registros de Indicações Geográficas (IG). Já o Espírito Santo acumula três indicações referentes ao café, sendo elas: do Caparaó, Montanhas Capixabas e Café Conilon.
Os cafés que têm o selo ganham mais competitividade no mercado, inclusive, no internacional. Os benefícios são tanto para quem consome quanto para quem vende porque essa é uma certificação de garantia de um produto de qualidade.
O encontro das IGs reuniu representantes para discussão da conclusão das ações deste ano e elaboração da agenda de 2024. De acordo com Guilhermino Netto, presidente da IG Montanhas do Espírito Santo, o momento foi propício para os produtores conhecerem mais a fundo o projeto Digitalização das IGs de Café.
“Está em construção uma plataforma de rastreabilidade, que vai provar que os cafés produzidos nas IGs são produtos certificados. No caso do IG das Montanhas Capixabas, o café tem que ter notas superiores a 80 pontos e preencher o currículo de sustentabilidade igual a 75% ou mais. A partir da plataforma, vamos começar a emitir o selo de certificação”, explicou Netto.
A plataforma Digitalização das IGs de Café está em desenvolvimento e, em breve, vai reunir as informações sobre os sabores e as características singulares dos cafés especiais com origem controlada: procedência, aroma, cultura, terroir, qualidade, região da produção, entre outros dados. A estimativa é que a inauguração aconteça em junho de 2024.
Os visitantes fizeram um tour por Venda Nova do Imigrante, cidade conhecida como a capital nacional do agroturismo, para conhecer os empreendimentos que apostam na cafeicultura.
“Levamos os representantes das IGs para conhecer as propriedades visitadas por turistas interessados em viver a experiência com os cafés especiais e para se aproximar das particularidades da nossa região. Também visitamos empreendimentos que possuem a IG do Socol de Venda Nova do Imigrante e as regiões produtoras de café, como Brejetuba”, complementou Guilhermino Netto, presidente da IG Montanhas Capixabas.
O Espírito Santo ocupa uma posição de destaque na produção brasileira, sendo o segundo maior produtor e com expressiva produção de conilon e arábica. Atualmente, cerca de 75 mil famílias vivem da cafeicultura.
A região do Caparaó envolve dez municípios do Espírito Santo e seis de Minas Gerais. A área é caracterizada pelo bioma da Mata Atlântica e com relevo montanhoso, que contribui para este tipo de produção de café. O café da região tem conquistado muito espaço nos últimos anos em concursos de qualidade, sustentabilidade e boas práticas agrícolas.
Já o café produzido nas montanhas abrange 16 municípios capixabas. Alguns fatores naturais influenciam nas características, como altitudes que variam de 500 a 1400 metros acima do nível do mar, temperatura entre 18 e 22°C, e quantidade de chuva anual entre 1000 mm e 1600 mm.
Já o selo do café conilon se diferencia dos outros porque atende todo o estado, sendo inclusive a primeira do Brasil com este perfil. O conilon capixaba é referência nacional e mundial por se tratar de um cultivo iniciado em 1912, com a introdução das primeiras mudas e sementes.
A grande expansão produtiva ocorreu na década de 60, quando a crise cafeeira afetou a produção do arábica. As características deste café são: produção em regiões que têm temperaturas mais elevadas e maior concentração de cafeína.
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