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As altas temperaturas e a estiagem têm preocupado agricultores no Espírito Santo. Desde novembro, os termômetros registraram temperaturas acima do esperado para o período, sendo agravado por uma onda de calor que afetou o país, incluindo o estado. O calor pode provocar danos às lavouras e diminuição na produção de frutos. Com isso, os produtores estão investindo em medidas como “protetor solar” para plantas e frutos.
Antônio Barros, produtor e engenheiro agrônomo da Frutmel, empresa sediada em Linhares, conta que percebeu uma redução no abortamento das flores na cultura do mamão, após a utilização do “protetor solar”.
“Nesse momento, percebemos uma redução na ocorrência de abortamento de flores na plantação de mamão. As plantas estão apresentando um desenvolvimento saudável, graças à aplicação regular de protetor solar. Esse cuidado tem se mostrado eficaz não apenas no fortalecimento das plantas, mas também na prevenção de manchas causadas pelas altas temperaturas. Mantemos essa prática de forma constante, inclusive durante períodos de baixas temperaturas, onde o produto é utilizado para mitigar manchas fisiológicas decorrentes do frio”, disse Barros.
Com unidades de produção em Vila Valério, Sooretama, Linhares e Aracruz, a Frutmel utiliza o “protetor solar” nos plantios de mamão. Neste ano, a medida de prevenção também se estendeu às lavouras de café para amenizar os prejuízos com as altas temperaturas.
As mudanças climáticas, especialmente quando associadas a elevadas temperaturas, impactam significativamente as plantações. Com isso, cada vez mais os produtores têm se preocupado em proteger os plantios.
Para minimizar os impactos, os agricultores estão adotando diferentes medidas. Uma delas é o uso de um “protetor solar” para plantas chamado Sombryt, que reduz a temperatura das plantas em até 5°C. O produto é borrifado nas folhas, agindo como uma barreira protetora contra queimaduras e danos nos frutos e folhas.
O produto foi desenvolvido após anos de estudo, fruto de uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Litho Plant, empresa capixaba líder em tecnologia de bioestimulantes.
“A Embrapa lançou edital de inovação aberta justamente para buscar cooperação com empresas privadas no desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para a fruticultura. A Embrapa tem diferentes tecnologias em vários estágios de desenvolvimento e queremos complementar e entregar produtos para a cadeia produtiva. No caso da empresa capixaba, estamos desenvolvendo um produto voltado para o problema que existe na fruticultura relacionados aos estresses térmicos e hídricos”, explicou o pesquisador da Embrapa, Maurício Coelho Filho.
Os resultados têm apresentado bons resultados para os produtores do Espírito Santo. A pesquisa em solo capixaba foi conduzida pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) do campus de São Mateus.
De acordo com Wesley Nunes, gerente da Litho Plant, a implementação dessas tecnologias de mitigação de estresse tem se mostrado benéfica em condições climáticas adversas.
“As plantas estão estressadas com as altas temperaturas. Durante o dia elas murcham e começam a ter problemas de metabolismo fisiológico. Isso consequentemente atinge totalmente a produção em si, e o uso da tecnologia vem para atenuar essas situações de estresse. O nosso produto funciona como protetor solar e faz um filtro de proteção, protegendo contra raios nocivos e diminuindo as temperaturas das plantas e dos frutos, causando um conforto nesse período adverso”, explicou Nunes.
Embora no Espírito Santo, o produto seja mais utilizado nas culturas do café e do mamão, as pesquisas em conjunto com a Embrapa possibilitaram a expansão do uso para outras culturas, como citros, maracujá, banana e manga.
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