Saca de café arábica é arrematada por R$ 23,5 mil em leilão no Caparaó Capixaba
As altas temperaturas registradas no Espírito Santo em novembro e dezembro de 2023 afetaram a produção de café conilon no norte e noroeste do estado. Na época, diversas regiões produtoras de café registraram alerta vermelho de onda de calor, com temperaturas 5°C acima do esperado. Agora, técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) identificaram nas lavouras de café conilon do Espírito Santo e do sul da Bahia uma nova espécie da praga denominada cochonilha, do gênero Pseudococcus. A praga está causando prejuízos para os produtores. O período de estiagem e a baixa umidade têm sido apontados como os principais motivos para este cenário nos cafezais.
A Pseudococcus fica instalada nas plantas de conilon e coloniza no fruto, no caule, nos ramos e nas folhas. Com o calor acentuado, as condições ambientais se tornam propícias para que a praga se prolifere com mais facilidade.
O engenheiro agrônomo e extensionista do Incaper em Rio Bananal, Bruno Pella, chamou atenção para a presença da nova praga em uma lavoura de café conilon na região de Santa Emília, no município de Rio Bananal. Segundo ele, em anos anteriores, não foram registrados relatos de ocorrências desse tipo de cochonilha e os atuais prejuízos às plantações de café têm deixado produtores preocupados.
“Os relatos que chegam são de ocorrências no norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Em vários municípios observamos um comportamento atípico a partir do acompanhamento in loco. Foi identificada essa nova espécie com características distintas daquelas usualmente controladas. A nova espécie apresenta a peculiaridade de colonizar não apenas os frutos, mas também os ramos, brotos e folhas, ou seja, toda a parte vegetativa da planta. O volume expressivo dessa nova espécie tem sido notado, e acreditamos que sua multiplicação pode ser atribuída à intensa onda de calor, sendo que a interação com o ambiente contribuiu para uma proliferação mais rápida”, explicou Bruno Pella.
O produtor pode diferenciar essa nova espécie da cochonilha-da-roseta, ao observar que, no corpo da nova praga, é possível identificar dois filamentos ao final, semelhantes a duas pequenas antenas.
Agora, surge uma preocupação entre os produtores com a safra de café. Segundo Pella, a maturação fisiológica dos frutos é crucial para uma colheita bem-sucedida, mas a ameaça de uma nova espécie de cochonilha gera apreensão.
“Ataques severos resultam na queda prematura dos frutos, enquanto os que resistem enfrentam subdesenvolvimento devido à extração parcial pelo inseto. A presença dessa praga tem sido identificada visualmente em lavouras de café conilon, aumentando a necessidade de vigilância”, disse.
Para os próximos meses, é importante que os produtores intensifiquem o monitoramento das lavouras, especialmente durante a pós-floração do café, ocorrida entre agosto e setembro.
A singularidade desta praga reside no fato de que ela não se fixa nas raízes do café; sua multiplicação ocorre na parte aérea da planta. Vale lembrar que Intervenções e estratégias de controle devem ser implementadas no início da infestação para mitigar prejuízos significativos.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória