Produção de ovos cresce no Espírito Santo e atinge 4,5 bilhões de unidades em 2023
A viticultura (cultivo de uvas destinadas à produção de vinho e à agroindústria) se tornou uma prática bem-sucedida nas regiões quentes do Espírito Santo. Essa iniciativa é resultado de uma parceria entre o Incaper com a Prefeitura de Guarapari, resultando na distribuição de mudas e na capacitação dos produtores. Agora, os produtores de Guarapari estão não apenas inovando a produção de uvas, mas também explorando a oportunidade de impulsionar o turismo na região. O início da colheita das uvas nos parreirais neste mês de janeiro tem fomentado o turismo de experiência na cidade, que já atrai mais de 1 milhão de turistas por ano e se destaca como um dos destinos mais procurados nas férias.
Um dos atrativos do turismo de experiência é o sistema “Pegue e Pague”, no qual os visitantes conhecem as videiras, escolhem os cachos, colhem, embalam e pagam pelas frutas tiradas diretamente do pé. Uma propriedade que aderiu a essa prática é o Sítio Butke, da proprietária Sandra Regina Butke, localizado na área rural de Guarapari, em Aldeia Velha. O que antes era um espaço de lazer se transformou em um local aberto à visitação de turistas interessados no cultivo de uva.
A propriedade adotou a viticultura e aumentou a diversificação de culturas que conta com laranja, limão, manga, cajá, pitanga e outras. Embora a propriedade tenha feito a primeira colheita de uvas em 2022, as condições climáticas adversas impediram a colheita de 2023. Contudo, com 740 mudas plantadas, a estimativa de colheita neste ano é de aproximadamente uma tonelada e meia, um pouco abaixo da meta inicial de duas toneladas.
“Os visitantes se encantam ao percorrer os parreirais. No sistema ‘Colhe e Pague’, eles são equipados com tesouras, eles têm a oportunidade de escolher e colher seus próprios cachos de uva, pagando apenas pelo que retiram diretamente da parreira. Importante destacar que não há custo de entrada. Nesse contexto de temperatura altamente úmida, o cultivo da uva demanda sol abundante e uma irrigação cuidadosa, o que confere uma complexidade única. Enfrentamos um período de seca no final do ano, contudo, as chuvas subsequentes vieram em auxílio”, explicou Sandra Butke.
No início do projeto da Prefeitura em parceria com o Incaper, o município doou mudas aos produtores, sendo estes acompanhados de perto pelos técnicos. Na busca por referências na atividade no estado, optou-se pelo modelo de metodologia aplicado em Santa Teresa, cidade ativa na viticultura desde a década de 1980. Essa troca proporcionou um intercâmbio bem-sucedido para produtores interessados em ingressar na cultura da uva, adaptado para a realidade da região quente.
Atualmente, estão sendo feitas avaliações dos impactos das atividades na região, com a incorporação ao projeto do balanço de carbono gerado. A prática da viticultura na região de clima quente no estado permite a produção de alimentos com neutralidade de carbono, sem agravar as mudanças climáticas.
Sob a coordenação do extensionista Cássio Vinicius de Souza, o projeto tem o objetivo de avaliar as emissões de Gás de Efeito Estufa (GEE) na viticultura familiar em região de clima quente, especificamente no município de Guarapari. Para isso, foram utilizados dados de produção média de 11 pomares de videira, incluindo as cultivares Niágara Rosada e Isabel Precoce. O período de monitoramento abrangeu três safras consecutivas (2020, 2021 e 2022), desde a poda até a colheita, permitindo a quantificação das emissões de GEE (em kg de CO2) de cada componente envolvido no processo produtivo de um hectare de cultivo.
Santa Teresa é o maior produtor de uvas do estado
O município de Santa Teresa é o maior produtor de uvas do estado, sendo responsável por 31% da produção estadual. A produção também em destaque em diversos outros municípios, como Alfredo Chaves, Venda Nova do Imigrante, Vargem Alta, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá e Marechal Floriano.
Com 197 hectares de área de plantio, o Espírito Santo é o 8° maior produtor da fruta no país. Em 2022, a produção foi de 3,2 toneladas, o equivalente a R$ 20,7 milhões, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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