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Desde 2018, o Projeto Barraginhas vem transformando propriedades rurais no Espírito Santo. Desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), essa iniciativa facilita a disponibilidade hídrica em microbacias, sendo adaptável a diferentes realidades. Atílio Vivacqua é o município que mais se destaca na implantação da tecnologia a baixo custo, com mais de 1.000 estruturas já implementadas.
A tecnologia capta água das enxurradas e promove o armazenamento no solo, evitando erosões, assoreamentos e contaminações ambientais, ao mesmo tempo assegura o aumento do volume de água dos mananciais.
Idealizado pelo engenheiro agrônomo Luciano Cordoval, conhecido como o “pai das Barraginhas”, o projeto promove a colheita da água da chuva por meio de pequenas bacias construídas nas propriedades.
Essas estruturas captam as enxurradas, mas também facilitam a infiltração da água no solo, contribuindo para a recarga do lençol freático. Além disso, ao evitar a erosão, as barraginhas mantêm o solo úmido e têm o potencial de revitalizar nascentes.
No Espírito Santo, o projeto teve início em 2018, priorizando fazendas do Incaper e propriedades rurais localizadas em microbacias que enfrentaram problemas de abastecimento de água durante a estiagem ocorrida nos anos de 2015 e 2016.
Um dos beneficiados desse projeto é o pecuarista José Alcides Carvalho, de Atílio Vivácqua, que testemunhou os benefícios da tecnologia.
“Após a seca de 2015, nossa propriedade enfrentou um período de falta de água até para o gado beber. Quando o projeto surgiu, decidi participar imediatamente, dada a sua importância e capacidade de retenção de água, alimentando o lençol freático. Ela beneficia não só o capim e o gado, mas também conserva uma quantidade de água que, de outra forma, escoaria para os rios”, destacou.
Essa tecnologia social de baixo custo proporciona uma série de vantagens ambientais, sociais e econômicas. Em média, cada barragem é capaz de armazenar 600 mil litros de água. Municípios como Atílio Vivácqua destacam-se nessa prática, onde mais de 1000 estrutura foram instaladas desde 2018.
O produtor rural Pedro Scarton recentemente adotou essa prática em uma de suas propriedades e já colhe frutos. Para ele, o custo-benefício compensa:
“Preservar a natureza é preservar nosso lar. Há quase um ano, instalei essa estrutura em outra propriedade e os resultados foram excelentes. Devemos incentivar cada vez mais a adoção dessas práticas para proteger nossas nascentes.”
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória