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As fortes chuvas que têm assolado o Rio Grande do Sul vão persistir até, pelo menos, hoje (4), com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitindo um alerta de grande perigo. Até o momento, o número de mortos em decorrência das tempestades aumentou para 39, além de um número considerável de desaparecidos, conforme relatos da Defesa Civil. Os efeitos adversos já são palpáveis em várias frentes, incluindo perdas nas plantações, baixa na produtividade animal, danos em equipamentos e insumos agrícolas. O real impacto financeiro só será possível ser mensurado quando o pior passar. Além disso, a partir dos dias 22 e 23 de março, os municípios do sul do Espírito Santo também enfrentaram severos impactos em virtude das intensas chuvas, resultando em perdas na produção de leite e na destruição de várias plantações de café conilon e arábica, com agricultores e familiares entre as vítimas fatais dessa tragédia.
As precipitações torrenciais no Rio Grande do Sul já estão afetando a produção agrícola do estado, principalmente nas áreas de arroz e soja, conforme alertado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. A recorrência desses déficits pode agravar significativamente a situação financeira dos produtores e do próprio estado, uma vez que o setor agropecuário constitui um dos principais pilares econômicos da região.
Em resposta às intensas chuvas, o governo estadual decretou estado de calamidade, uma medida que foi prontamente reconhecida pelo governo federal. Isso possibilita que o estado solicite recursos federais para iniciativas de defesa civil, incluindo assistência humanitária, reconstrução de infraestrutura e restabelecimento de serviços essenciais.
Esse episódio serve como um alerta para a necessidade de uma gestão agrícola mais cuidadosa e adaptável diante das crescentes incertezas meteorológicas e climáticas.
Conforme observado pelo meteorologista Ivaniel Fôro, é praticamente unânime, entre os meteorologistas, a necessidade de mais investimentos em recursos humanos e formação de profissionais relacionados às ciências atmosféricas nos sistemas de previsão e monitoramento meteorológico e climático.
“Além disso, a melhoria na articulação entre os atores locais e federais que trabalham com modelagem numérica de previsão de tempo e clima; no aprimoramento e ampliação da rede de observação por meio de estações meteorológicas, radares, sistemas de alertas por sirenes e, principalmente, na capacitação e educação da sociedade para melhor compreensão dos fenômenos meteorológicos e dos impactos das mudanças climáticas em todas as áreas”, apontou Ivaniel Fôro, pesquisador meteorologista do Incaper.
No Espírito Santo, municípios do sul do estado, como Mimoso do Sul, Bom Jesus do Norte e Apiacá, foram afetados por enxurradas entre os dias 22 e 23 de março. Na época, medidas de auxílio foram implementadas para apoiar as famílias e empresários dos municípios atingidos. Setores como cafeicultura, fruticultura e pecuária sofreram fortes impactos.
O Incaper realizou um levantamento dos prejuízos causados aos produtores rurais, totalizando mais de R$ 140 milhões em perdas diretas na produção e na infraestrutura das propriedades. O café foi a cultura mais afetada, mas também houve prejuízos significativos na fruticultura, horticultura e na pecuária de corte e leite.
“O papel crucial do Incaper na recuperação e resiliência das comunidades rurais do Espírito Santo é evidente, com sua equipe de extensão rural trabalhando diretamente com os agricultores para avaliar os impactos, perdas de produtividade, quebra de safra e danos materiais causados por eventos climáticos adversos, como secas/estiagens e chuvas extremas”.
O meteorologista destaca a importância do seguro agrícola como uma medida de proteção para os produtores rurais: “O seguro agrícola é fundamental para os produtores, pois, mesmo que alguns não o utilizem ou contratem, é por meio do seguro que muitos têm acesso a créditos rurais especiais e também se protegem contra perdas decorrentes de eventos climáticos severos, como seca, excesso de chuva, granizo e geada”.
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