Maio 2024
12
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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O cultivo de café é uma prática que exige cuidados minuciosos. Desde a fase inicial até o momento em que os grãos são torrados, a ciência desempenha um papel fundamental. E nesse contexto, o grupo Coffee Design, vinculado ao Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus de Venda Nova do Imigrante, surge como uma voz para a valorização do café especial no estado. O café, como a maior cultura do Espírito Santo, é protagonista no laboratório.

“Atualmente, estamos concentrados em diversos aspectos que influenciam diretamente a qualidade do café. Estamos explorando questões climáticas, técnicas pós-colheita, microbiologia específica do café, análises químicas e sensoriais, além de estudar a ciência por trás da torrefação. Mais recentemente, estamos dedicados à caracterização genética dos materiais disponíveis para os produtores capixabas”, compartilhou Willian dos Santos Gomes, pesquisador do Ifes.

De acordo com Aldemar Polonini, coordenador de Pesquisa e Extensão do Ifes, a instituição se preocupa com a formação que se estende ao trabalho no campo. “Nós temos o objetivo de capacitar nossos estudantes dentro do campus, seja nas áreas de administração, ciências ou tecnologia de alimentos, preparando-os para empreender no setor cafeeiro. Nosso foco é também preparar os jovens para assumir a gestão familiar e contribuir para uma transformação socioeconômica nas regiões”.

Michel Mendonça é estudante do Ifes e membro da equipe de pesquisa, traz uma herança familiar na produção de café, sendo a terceira geração a se dedicar a essa atividade. Sua participação abrange diversas etapas das pesquisas, visando adquirir conhecimento e uma visão ampla para garantir a qualidade na produção de café.

“Meu foco sempre foi explorar cada área, buscando compreender os processos e os resultados na xícara. Acredito que todos os produtores deveriam ter essa compreensão para melhorar e ajustar os processos”.

Ao longo de uma década e com a participação de mais de 120 alunos, o Coffee Design promove verdadeiro intercâmbio de conhecimento entre a academia e as propriedades cafeeiras locais. Bolsistas e professores trabalham juntos todos os dias, explorando a qualidade do grão a partir de uma variedade de áreas, incluindo química, biologia e engenharias ambientais.

Após os estudos e levantamentos de dados, outra parte acontece no laboratório: análise sensorial. Durante esse processo, os aromas, sabores e outros aspectos dos cafés pesquisados são minuciosamente avaliados. O objetivo do grupo é não apenas buscar a excelência na qualidade do café, mas também desenvolver abordagens que promovam uma maior rentabilidade para o trabalho no campo.

“Nosso objetivo é simplificar o processo e oferecer alternativas para que o produtor possa melhorar seu trabalho na propriedade e desenvolver um produto mais alinhado com as necessidades do mercado. Estamos trabalhando nesses aspectos para garantir que entreguemos algo de qualidade e promissor para os produtores capixabas”, ressaltou Willian.

Além das pesquisas, uma das formas de transferência de conhecimento adquirido em laboratório é através da realização de cursos de café para os produtores. “Já recebemos produtores de outros estados em nossos cursos. É uma oportunidade para compartilhar os conceitos fundamentais pesquisados e desenvolvidos diretamente com os produtores”, concluiu o pesquisador Willian.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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