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Desde 2021, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu o selo de Indicação Geográfica (IG) de Indicação de Procedência (IP) para o conilon do Espírito Santo. Recentemente, os cafeicultores da região têm ainda mais motivos para comemorar: Guilherme de Oliveira, produtor de Nova Venécia, Espírito Santo, tornou-se o primeiro cafeicultor autorizado a usar o selo em suas sacas de café, destacando a origem do produto. Agora, o socol de Venda Nova do Imigrante, o cacau de Linhares e as panelas de barro de Goiabeiras compartilham algo em comum com o café conilon: a Indicação Geográfica.
O café é o principal produto agrícola do Espírito Santo, sendo responsável por grande parte da renda e dos empregos no meio rural. Com uma produção de 10 milhões de sacas por ano em uma área de aproximadamente 300 mil hectares, o Espírito Santo é o maior produtor nacional desse tipo de café. A solicitação para a Indicação Geográfica (IG) foi feita em 30 de janeiro de 2020 pela Federação dos Cafés do Espírito Santo (Fecafés).
Com sabores e aromas marcantes, o café conilon produzido no Espírito Santo foi reconhecido com o registro de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Esta certificação é concedida quando uma região se torna conhecida pela produção, extração ou fabricação de um produto com características singulares.
Guilherme de Oliveira foi o primeiro produtor a receber o selo de café conilon. Ele destacou que o selo “vai abrir portas” e permitirá que novas parcerias sejam formadas em nível global, aumentando a visibilidade de sua história e de seu café.
“A certificação é uma garantia de qualidade que incentivará novos produtores a investir no café conilon especial. É muito gratificante ver que o selo permite que a origem do café, e a história de nossa família, seja conhecida por todos”, afirmou.
Para receber essa certificação, é necessário atender a uma série de requisitos, como qualidade e sustentabilidade. Alexandre Costa Ferreira, gerente corporativo da Cooabriel, explica que o principal critério é que o produtor de café esteja dentro da área delimitada, ou seja, no estado do Espírito Santo.
“O segundo requisito não é imposto apenas pela indicação geográfica, mas pelo mundo todo: a sustentabilidade. Precisamos ter um café vigoroso, uma paisagem preservada, ou seja, sustentabilidade. Isso é essencial para garantir a qualidade. Quatro cooperativas mantêm essa indicação geográfica devido à sua ampla abrangência. O produtor deve procurar uma das cooperativas – Cafesul, Cooabriel, Nater Coop ou Coopbac – para atestar a sustentabilidade, realizar a análise de qualidade do café e inserir os dados na plataforma”, afirmou Alexandre.
Essa conquista chega para dar orgulho aos capixabas, especialmente porque agora o café conilon do Espírito Santo, que já tinha espaço no mercado internacional, passa a ser reconhecido oficialmente. Isso possibilita novos ganhos e segurança nas negociações.
Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooabriel, cooperativa central para essa certificação, ressalta que os produtos com o selo devem ganhar maior valor agregado no mercado, devido à chancela de sustentabilidade.
“O produto que leva o selo da indicação geográfica do conilon do Espírito Santo é de qualidade e é produzido dentro dos princípios da sustentabilidade. O produtor que possui esse selo cuida do meio ambiente, do social e do econômico. Além disso, pela qualidade que o selo garante, o produto pode agregar mais valor. Isso é muito importante para nossa região, para a comunidade, para o produtor e para o cliente,” afirmou Bastianello.
Para que a IG do café conilon se concretizasse, o processo envolveu reuniões frequentes para definir especificações técnicas, estatuto e outros detalhes. “Com as cooperativas de café do estado do Espírito Santo, decidimos assumir esse ônus. Começamos a trabalhar na elaboração do caderno de especificação técnica, do estatuto e em outros aspectos. Foi um trabalho muito gratificante, com inúmeras reuniões em diversos municípios”, acrescentou o presidente da Cooabriel.
Todos os 78 municípios capixabas estão contemplados por essa IG, e os produtores que desejarem ter seu café conilon reconhecido podem conseguir. Basta passar por um processo que garanta a autenticidade do produto e adquirir o direito de uso do selo do café conilon Espírito Santo. A indicação geográfica chancela a qualidade do produto e mostra ao mundo as práticas sustentáveis do campo.
“Uma indicação geográfica retrata a cultura, a história e o legado de uma propriedade através da sua rastreabilidade. Ela garante que o produto está dentro da área especificada e que a cultura desenvolvida é exclusiva do estado do Espírito Santo. Para os participantes da indicação, como no caso da propriedade de Guilherme, a rastreabilidade está em uma plataforma acessível globalmente. O consumidor pode acessar essa plataforma, conhecer a origem, a história e o relevo da propriedade, e ter uma experiência única com o café,” destacou o gerente da Cooabriel, Alexandre Costa Ferreira.
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