Jul 2024
19
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Regiões produtoras de cacau adotam medidas de contenção

A suspeita foi verificada em 24 de junho durante ações de vigilância fitossanitária e confirmada em 2 de julho por análise laboratorial. “Procedemos com a interdição imediata da propriedade afetada para evitar qualquer propagação da praga, implementamos técnicas de erradicação para eliminar a monilíase na propriedade foco e proibimos o trânsito de frutos e amêndoas do município afetado para outras regiões”, disse Edilene Cambraia, diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária.

Para evitar a dispersão da praga, foram intensificadas as fiscalizações do trânsito de materiais vegetais hospedeiros da monilíase. “Aumentamos a fiscalização sobre o trânsito de vegetais e iniciamos campanhas de conscientização e treinamento em Urucurituba e em 10 municípios vizinhos entre Itacoatiara e Parintins, na divisa com o Pará, maior produtor de cacau do país, que estão em plena execução”, acrescentou Edilene.

Outra medida foi prorrogar a declaração de emergência fitossanitária para os estados do Acre, Rondônia, Amazonas e incluir o Pará devido ao aumento do risco fitossanitário. Também foi encaminhado ao governo do Amazonas um pedido para restringir a emissão de notas fiscais interestaduais de amêndoas de cacau provenientes do estado.

Diante do novo foco identificado, torna-se necessário que os produtores de cacau redobrem os cuidados com suas plantações, especialmente no Espírito Santo, terceiro maior produtor brasileiro de cacau.

André Scampini, secretário-executivo da Associação de Cacauicultores do Espírito Santo (Acau), enfatiza a importância de retardar ao máximo a chegada da monilíase nas plantações, considerando a relevância da cadeia produtiva do cacau para o Brasil e para o estado.

“A Acau está se mobilizando em torno dessa questão. No ano passado, organizamos uma reunião com os produtores de cacau em Linhares, onde apresentamos a doença, explicamos seu funcionamento e impacto nas plantas, que pode chegar a uma perda de até 100%. Estamos constantemente avisando as pessoas sobre os perigos e prejuízos dessa doença”, explicou Scampini.

Scampini destacou que o mais importante agora é a informação sobre a doença chegar aos produtores capixabas. Por isso, estão sendo promovidas reuniões em parceria com instituições públicas e privadas para conscientização sobre a monilíase.

“Estamos monitorando o avanço dessa doença o tempo todo. Neste ano, em 8 de maio, realizamos um encontro com os produtores de cacau de Linhares, com apoio da Secretaria da Agricultura e do Incaper. Foi a Caravana da Educação sobre a monilíase do cacau e do cupuaçu, onde houve muita troca de experiência e informação entre os produtores presentes. No momento, nossa prioridade é a informação. A Acau, como associação, está interagindo constantemente com os órgãos do estado, Secretaria da Agricultura e o Mapa para acompanhar a evolução dessa doença, mantendo os produtores informados. A melhor forma de combater é estar informado, preparado, sabendo como prevenir e como agir em caso de detecção”, explicou.

Juntos, Bahia, Pará, Rondônia e Espírito Santo representam aproximadamente 98% da produção nacional de amêndoas de cacau, gerando uma receita anual que supera os R$ 23 bilhões e movimenta vários nichos de mercado. O Espírito Santo é o terceiro maior produtor brasileiro de cacau, com expressiva produção em 45 municípios capixabas. Dentro do estado, Linhares é o maior produtor, concentrando 69,78% da produção estadual.

A monilíase é uma doença que afeta plantas como o cacau e o cupuaçu, causando perdas na produção e aumentando os custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para controle da praga. A doença atinge apenas as plantas hospedeiras do fungo, sem riscos à saúde humana, informou o Ministério.

O primeiro foco da monilíase no Brasil foi identificado em julho de 2021 em área residencial urbana no município de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Em novembro de 2022, o segundo foco foi detectado no município de Tabatinga, no Amazonas, desta vez em comunidades rurais ribeirinhas. Na América do Sul, a praga está presente no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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