Ago 2024
2
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Exportação de café solúvel no ES aumenta 29,7% no 1° semestre

A receita gerada com as exportações de café solúvel no primeiro semestre de 2024 alcançou US$ 402,9 milhões, marcando um avanço de 13,8% em relação ao período de janeiro a junho de 2023. Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics, projeta que esse desempenho sugere a possibilidade de alcançar um novo recorde em valor para as exportações de café solúvel brasileiro em 2024.

Lima acredita que o crescimento em volume reflete os contínuos investimentos em qualidade e inovações tecnológicas pelas sete indústrias do setor no Brasil, todas associadas à Abics. Essas indústrias possuem uma capacidade produtiva combinada de 132 mil toneladas, fazendo do Brasil o maior parque industrial do mundo no segmento.

“Essas melhorias realizadas pelas indústrias demonstram completa harmonia com os requisitos da governança socioambiental e da sustentabilidade, os chamados critérios ESG, evidenciando que elas estão preparadas para atender às exigências impostas pelo mercado internacional, como o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR)”, analisa.

Principais destinos – Os Estados Unidos continuam a liderar como principal destino das exportações brasileiras de café solúvel, apesar de uma queda de 20,4% nas importações, com a aquisição de 336.646 sacas no primeiro semestre. Em segundo lugar, vem a Indonésia, que aumentou suas importações em 39,5%, comprando 119.474 sacas, seguida pela Rússia, que, com um crescimento de 158,3%, adquiriu 99.706 sacas.

Lima destaca que as nações concorrentes na produção e industrialização de café solúvel, como Indonésia e México, têm se destacado. O México, o segundo maior produtor mundial de café solúvel, teve um aumento de 227%, ocupando o sétimo lugar no ranking. O Vietnã também se destacou com um crescimento de 367,5%, saltando para a 15ª posição na tabela. A Rússia, tradicional cliente do café solúvel brasileiro, recuperou sua posição entre os principais compradores no primeiro semestre de 2024, após uma queda para o 19º lugar em 2023.

Consumo interno – Entre janeiro e junho de 2024, o consumo interno de café solúvel no Brasil foi de 525.797 sacas, representando um aumento de 1,2% em relação às 519.537 sacas consumidas no mesmo período de 2023.

Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo café tipo freeze dried (liofilizado), que cresceu 95,6%. Em contraste, o café tipo spray dried, que representa 88% do total, sofreu uma queda de 4,4%. Os cafés solúveis importados, embora representem apenas 2% do mercado, tiveram um aumento de 23% no período.

Espírito Santo – No país, a produção do café solúvel está concentrada em sete grandes empresas – Nestlé, Café Iguaçu, Cacique, Campinho, Real Café, Cocam e Olam Food Ingredients (OFI). No Espírito Santo, a primeira fábrica instalada, a RealCafé, que fica em Viana, na Grande Vitória, atua há anos no mercado e por muito tempo foi a única no estado no ramo.

Em 1971, antecipando uma tendência de consumo de café na Europa e EUA, a Realcafé inaugurou uma vertical para produzir o café do tipo solúvel. Além disso, passou a comprar 100% do café conilon produzido no nosso estado, na época, o equivalente a 100 mil sacas de café.

Na safra 2022, o Espírito Santo produziu 12,4 milhões de sacas de café conilon, sendo o maior produtor de conilon do país, principal matéria-prima para a fabricação do solúvel. Com as duas novas fábricas instaladas em Linhares, norte do estado, a perspectiva é que em breve se torne o maior polo de exportação de café solúvel do mundo.

Em 2021, a Café Cacique começou a operar em Linhares com capacidade de produção de 12 mil toneladas de café solúvel por ano. Com um investimento de US$ 60 milhões no estado, a empresa fundada no Paraná é considerada até hoje uma das maiores indústrias de produção de café solúvel do mundo.

Já a Olam Food Ingredients (OFI) está em estágio inicial em Linhares e investiu R$ 1 bilhão para a construção de uma fábrica. Presente em 60 países, a empresa ocupa uma área de 300 mil metros quadrados e tem como meta adquirir aproximadamente 600 mil sacas de café em grão por ano de cafeicultores locais.

O café é a matéria-prima que é a base de produção da empresa, que processa e exporta produtos a diversos países, com destaque para Estados Unidos, Rússia e Polônia. Antes da construção da fábrica em Linhares, a empresa de Cingapura implantou dois empreendimentos no território capixaba. Um deles no município de Nova Venécia, que opera desde 2011, e outro na cidade de Muniz Freire, desde 2018.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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