Ago 2024
7
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Estudo sugere que conilon é capaz de se adaptar aos efeitos das mudanças climáticas

Os testes foram realizados entre 2017 e 2022 em altitudes que variam de 620 a 720 metros, nos municípios de Venda Nova do Imigrante, Iúna e Santa Teresa. Tradicionalmente, essas regiões são conhecidas pela produção de café arábica, mais adaptado a climas frios.

“Mesmo sob essas condições climáticas e ambientais alternativas, cultivares avaliadas de conilon demonstram plasticidade, que é a capacidade de se adaptar a diferentes ambientes, fato que pode ajudar a mitigar o efeito prejudicial das mudanças climáticas”, explica Elaine Riva, uma das pesquisadoras do Incaper que atuaram no estudo.

Ainda de acordo com a pesquisadora, os resultados conjuntos mostraram que os materiais genéticos se destacaram com produtividade média elevada (60 sacas por hectare) e qualidade de bebida, validada nas análises sensoriais realizadas no Centro de Cafés Especiais do Espírito Santo (Cecafes/Incaper) e no Laboratório de Análise e Pesquisa em Café do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – Campus Venda Nova do Imigrante.

Na Universidade da Flórida, os estudos têm colaboração do pesquisador brasileiro Luis Felipe Ferrão, que avalia que a pesquisa pode contribuir para apontar caminhos para a sustentabilidade da cadeia do café frente aos desafios acarretados pelas alterações climáticas projetadas. Ele ressalta que é necessário desenvolver cultivares mais resistentes ao clima, adaptadas às novas condições de cultivo, que possam atender à demanda por tolerância e qualidade.

“Cerca de 60% dos grãos de café comercializados no mundo são de café arábica, que é uma cultura mais delicada. Nesse contexto, a indústria do café busca alternativas, e o café conilon surge como opção para atender à demanda global de produção e consumo, que é crescente”, afirma Ferrão.

“O conilon é flexível, tem uma grande diversidade e, portanto, diferentes plantas podem ser selecionadas, de acordo com as condições climáticas. Por isso, usamos a expressão climaticamente inteligente”, complementa o pesquisador.

Os resultados do estudo foram publicados este mês no periódico internacional Crop Science, uma das principais revistas de ciências agrárias, editada pela Crop Science Society of America. A pesquisa foi financiada pelo Consórcio Pesquisa Café e contou com a colaboração dos produtores Paulo Márcio Reis Fernandes e Luiz Carlos Gomes, em Iúna e Santa Teresa, respectivamente.

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