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O fenômeno climático La Nina está previsto para ocorrer entre setembro e novembro deste ano, segundo a mais recente atualização do Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos, com uma probabilidade de 66%. Inicialmente esperado para agosto, o início do La Niña foi reajustado para a primavera, com previsão de baixa intensidade. Em 2023, o El Niño impactou significativamente o Brasil, incluindo o Espírito Santo, com altas temperaturas que preocupavam pecuaristas e agricultores. Agora, as atenções se voltam para os possíveis efeitos do La Niña. Entenda como a agropecuária no Espírito Santo pode ser impactada.
O La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico na região tropical, influenciando padrões climáticos globais. Esse fenômeno pode resultar em chuvas intensas em algumas regiões e secas em outras, especialmente em partes da América do Sul.
No Brasil, o La Niña pode trazer mudanças para a agricultura, afetando culturas como soja, café e cana-de-açúcar. As regiões Norte e Nordeste podem registrar um aumento nas chuvas, beneficiando a produção agrícola local. Em contrapartida, a região Sul pode enfrentar desafios, com redução das chuvas, geadas tardias e estiagens no verão.
Segundo o Climatempo, caso o La Niña se concretize, as regiões Norte e Nordeste do Brasil devem receber mais chuvas do que o habitual. Entretanto, a região Sul pode enfrentar uma diminuição das precipitações, com risco de geadas tardias e estiagem durante o verão.
Renata Erler, especialista em pecuária 360°, ressalta que a redução das chuvas e o aumento das temperaturas em algumas regiões brasileiras podem comprometer a disponibilidade de pastagens, impactando a criação de gado.
“A falta de água e a degradação das pastagens podem levar à redução da produtividade. Em contrapartida nas regiões Sul e Sudeste, devemos ter uma seca mais curta, consequentemente maior oferta de alimento para o gado e maior produtividade”, destacou.
No Espírito Santo, o cenário é de transição, sem previsão de extremos climáticos, com expectativa de um leve aumento nas chuvas e um período seco menos prolongado.
O retorno das chuvas traz certo otimismo. Segundo Fernando Maximiliano, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o La Ninã está associado a um clima mais ameno na região Sudeste, o que pode favorecer a safra de café.
“Vale lembrar que novembro, dezembro e janeiro costumam ser períodos críticos para a cafeicultura devido ao risco de escaldadura nas plantas e temperaturas elevadas nas regiões produtoras de café. Se o La Niña ocorrer conforme o previsto, poderíamos observar temperaturas mais baixas no verão, beneficiando o desenvolvimento da safra. Contudo, é importante lembrar que o clima é imprevisível, mas a perspectiva é positiva, caso o fenômeno se concretize conforme o projetado”, destacou Maximiliano.
Riscos associados, como secas e enchentes, exigem planejamento e adaptação por parte dos agricultores
Os efeitos do La Niña no clima e seus impactos na produção agropecuária exigem um monitoramento cuidadoso das condições oceânicas e atmosféricas. Renata Erler destaca que, embora o La Niña possa trazer benefícios para algumas regiões agrícolas, os riscos associados, como secas ou enchentes, exigem planejamento e adaptação dos agricultores.
“A implementação de práticas agrícolas resilientes e a utilização de sistemas de previsão climática são fundamentais para mitigar os impactos negativos e aproveitar as oportunidades que o fenômeno pode oferecer”, concluiu a especialista.
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