Set 2024
22
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Pastagens são as áreas mais afetadas por queimadas no ES

Os municípios mais impactados com focos de incêndios incluem Cachoeiro de Itapemirim (31 focos), Colatina (30), Iúna (30), Muniz Freire (20) e Baixo Guandu (19), entre outros. Em relação à área afetada por incêndios que queimaram mais de um hectare, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Guarapari foram os mais atingidos, com 978, 863 e 727 hectares, respectivamente.

Outros municípios que sofreram danos significativos incluem Iúna (306 hectares), Castelo (298 hectares), Santa Teresa (195 hectares) e Brejetuba (172 hectares).

Entre os 5.268 hectares queimados no estado, as pastagens foram as mais prejudicadas, totalizando 2.878 hectares, ou seja, 50,7% do total. As macegas (vegetação rasteira composta principalmente por gramíneas) foram o segundo tipo de vegetação mais afetado, com 588,1 hectares queimados.

Outros tipos de vegetação impactados incluem brejos (477,16 hectares), matas nativas em estágio inicial (351,80 hectares) e matas nativas (263,81 hectares).

O secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, destacou os graves impactos da seca na pecuária, especialmente nas pastagens. Segundo dados do IDAF, aproximadamente 50% dos 388 focos de queimadas ocorreram em áreas de pastagem.

“Embora plantações de banana e café também tenham sofrido danos, o maior prejuízo é nas pastagens, essenciais para a alimentação do gado”, afirmou Bergoli.

Ele também alertou que, mesmo com a expectativa de chuvas, os produtores podem enfrentar até seis meses sem uma oferta adequada de alimentação, o que prejudicaria tanto a pecuária leiteira quanto a de corte.

“Para mitigar os efeitos da seca, o governo estadual implementou programas significativos, como o de desenvolvimento sustentável da cadeia do leite, além de distribuir 40 ensacadoras de forragem para uso comunitário, facilitando a produção de silagem. Outras 70 ensacadoras estão sendo licitadas para atender ainda mais comunidades”.

Renata Erler, especialista em Gestão Pecuária 360°, enfatiza os impactos recorrentes da seca na pecuária. “As secas são uma realidade anual e não deveriam pegar ninguém de surpresa. Geralmente, a produção de forragem diminui, o desempenho produtivo cai, e isso exige ajustes na lotação e suplementação, dependendo das condições de cada propriedade. Não há uma solução única; é fundamental respeitar as particularidades de cada fazenda”, destacou.

O Espírito Santo possui uma área de 1,46 milhão de hectares de pastagens, destinadas principalmente à bovinocultura de corte e leite. Essas pastagens sustentam cerca de 2,2 milhões de cabeças de gado, distribuídas em pouco mais de 35 mil propriedades, gerando um faturamento superior a 1 bilhão de reais por ano.

ES implementa sistema para combater queimadas ilegais

Uma das iniciativas anunciadas pelo governador Renato Casagrande é a aquisição de uma nova ferramenta para identificar áreas queimadas e focos de incêndio. O sistema Brasil Mais será integrado à Central de Monitoramento de Florestas do IDAF.

Esse sistema permitirá o monitoramento diário da vegetação do estado, além da emissão de alertas em tempo real sobre desmatamento ilegal. Com a detecção rápida de focos de incêndio, será possível mobilizar equipes de combate e evitar a propagação das chamas, minimizando os danos.

Atualmente, a Central de Monitoramento de Florestas do IDAF já realiza levantamentos mensais de imagens, permitindo identificar o tamanho das áreas desmatadas, ocorrências de incêndios, cicatrizes de fogo, qualidade da água, reflorestamento, localizações de crimes ambientais e os infratores. Com a implementação do sistema Brasil Mais, o IDAF e outros órgãos ambientais terão acesso diário a esses dados.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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