Exportação de café conilon avança e agro capixaba bate recorde histórico de R$ 14,3 bilhões
Durante o evento ESG + Ambiental, promovido pela Apex e Rede Vitória, a gigante mundial de alimentos Nestlé detalhou seus planos para reduzir as emissões de carbono em 50% até 2030, com foco na produção sustentável de café. Como parte de suas metas para a promoção de práticas para alcançar uma agricultura regenerativa, que incluem melhorar a fertilidade do solo e proteger os recursos naturais, a empresa busca que, até o próximo ano, 20% de todo o café adquirido globalmente venha de práticas de agricultura regenerativa. No Brasil, essa meta foi ampliada para 30%, com o objetivo de alcançar 50% até 2030.
O Espírito Santo, por ser o maior produtor de café conilon do Brasil, desempenha um papel essencial nessa estratégia, assim como o estado da Bahia. Segundo a Nestlé, mais de 2 mil produtores brasileiros de café já estão envolvidos com a certificação 4C, que atesta práticas de produção sustentável.
No evento, Verônica Bitti, supervisora Agrícola de Café da Nestlé, destacou as ações da empresa para garantir que cada vez mais matérias-primas de baixo carbono sejam integradas à cadeia produtiva.
“Desde 2018, esses compromissos têm nos guiado para alcançar uma operação 100% sustentável, o que significa que todo o café que compramos é proveniente de fontes responsáveis, incluindo nosso programa Cultivado com Respeito, que hoje envolve mais de 2 mil produtores de café conilon. Estamos profundamente comprometidos com a sustentabilidade, e parte fundamental disso é o nosso trabalho com certificações, como a 4C”, explicou Bitti.
Para atingir as metas ambiciosas de redução de emissões de gases de efeito estufa, a Nestlé tem se aproximado cada vez mais dos produtores locais, com o objetivo de reduzir 20% das emissões até o próximo ano, avançar para 50% até 2030 e se tornar uma empresa Net Zero em 2050.
Entre os projetos voltados aos produtores, destaca-se o “Cultivado com Respeito”, que oferece assistência técnica e contribui para a sustentabilidade econômica, social e ambiental, além de impulsionar a produtividade nas lavouras.
Segundo Bitti, técnicas que beneficiam o solo, a biodiversidade e a gestão da água — pilares essenciais da agricultura regenerativa — estão sendo adotadas.
“Já sabemos que essas práticas ajudam a mitigar o impacto das emissões e, ao mesmo tempo, a preservar o campo. A agricultura é um dos setores que mais emite carbono, e há uma expectativa global para que mudemos essa realidade. Nosso compromisso é reduzir essas emissões em 50% até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2050. Para isso, estamos focando em iniciativas que reduzem o uso de fertilizantes químicos e promovem a saúde do solo, pois entendemos que cerca de 70% do impacto ambiental na cafeicultura está ligado ao uso de nitrogênio.”
Outro ponto relevante é a gestão da água, crucial no Espírito Santo devido às altas temperaturas e períodos prolongados de estiagem. “Temos um projeto voltado à irrigação, uma prática essencial para o café conilon, amplamente irrigado no estado. Com técnicas que otimizam o uso da água, conseguimos enfrentar a escassez e tornar o cultivo mais eficiente”, acrescentou Bitti.
Além das práticas sustentáveis junto aos produtores, a Nestlé anunciou recentemente o lançamento de uma nova variedade de café arábica chamada Star 4, desenvolvida ao longo de 10 anos com um investimento de R$ 5,5 milhões. A cultivar promete reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36% e 41%, além de se adequar ao mercado de cafés premium.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória