Out 2024
18
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Out 2024
18
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

NetZero projeta investimento em 15 fábricas até 2025, com foco no Brasil

Desde abril de 2023, a NetZero opera em Lajinha (MG), onde utiliza cascas de café como matéria-prima para a produção de biochar. Em junho deste ano, inaugurou sua segunda fábrica em Brejetuba (ES). Ambas as unidades operam em parceria com a Coocafé, uma cooperativa que fornece as cascas de café dos produtores associados. Em troca, os cafeicultores recebem parte do biochar produzido gratuitamente e podem adquirir o restante a preços subsidiados.

Além disso, a empresa anunciou a construção de uma nova fábrica em São João do Manhuaçu (MG) e outra em Paraguaçu (MG), previstas para iniciar operações em 2025.

Pedro de Figueiredo revelou que mais três fábricas estão planejadas para Minas Gerais e uma para o sul do Espírito Santo, especificamente em Muqui. No longo prazo, a NetZero tem como meta expandir globalmente, com a instalação de 700 fábricas de biochar até 2039. O Espírito Santo deve receber entre 50 e 60 dessas unidades, com investimentos que, seguindo o modelo de negócios de R$ 20 milhões por planta, podem ultrapassar R$ 1 bilhão no total.

Regiões produtoras de café e outras culturas no radar da NetZero

Municípios conhecidos pela produção de café arábica, como Afonso Cláudio, Iúna e Venda Nova do Imigrante, assim como São Gabriel da Palha, importante na produção de café conilon, estão entre as áreas de interesse da NetZero. O cofundador Pedro de Figueiredo destaca que o café conilon gera mais palha do que o arábica, o que pode ser estratégico para a empresa ampliar suas operações nessas regiões.

Atualmente, o biochar é produzido a partir de cascas de café, mas a startup planeja expandir para outras culturas, começando pela cana-de-açúcar a partir de 2025. A NetZero já negocia com grandes empresas do setor sucroalcooleiro para implementar fábricas que utilizam bagaço de cana como matéria-prima.

“A grande notícia é que, até agora, falamos apenas do café. No entanto, já estamos em discussões avançadas com as maiores empresas do setor sucroalcooleiro no Brasil para implementar fábricas que utilizem o bagaço de cana. Estamos de olho nos grandes polos produtores de cana-de-açúcar, como São Paulo e o Nordeste, além de regiões estratégicas como o Espírito Santo, sul da Bahia e Minas Gerais”, destacou Pedro de Figueiredo, cofundador da NetZero.

Parceria com Cafesul e resultados promissores no uso de biochar

Hoje (18), em Muqui, a NetZero assina uma parceria com a Cafesul, cooperativa que reúne mais de 180 associados e está conectada a várias associações regionais. Recentemente, a empresa divulgou os primeiros resultados agronômicos do uso de biochar na produção de café arábica, com um aumento médio de 20% na produtividade.

O estudo foi conduzido em parceria com as universidades federais de Viçosa (UFV), Lavras (UFLA) e Espírito Santo (Ufes), em fazendas localizadas em Lajinha (MG), Mutum (MG), Martins Soares (MG) e Afonso Cláudio (ES).

Biochar: uma solução para o solo e o clima

O biochar, considerado um “condicionador de solo”, age como uma esponja de carbono, retendo água e nutrientes, além de contribuir para a redução de emissões de carbono e o combate às mudanças climáticas. A solução é amplamente reconhecida por entidades como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pela Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) por sua capacidade de armazenar carbono no solo por milhares de anos.

Na agricultura, o biochar tem o potencial de reduzir em até um terço o uso de fertilizantes químicos, ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade. A NetZero busca remover mais de 5 milhões de toneladas de CO² até 2030, consolidando-se como uma das principais soluções para tornar a agricultura mais produtiva e sustentável.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas