Economia

Alerta para juros do cheque especial e cartão de crédito nas compras de fim de ano

Neste ano, a taxa do cheque especial já subiu 37,9 pontos percentuais em relação a dezembro de 2015, quando estava em 287% ao ano. A taxa de juros do cartão de crédito subiu 5,3%

Alerta para juros do cheque especial e cartão de crédito nas compras de fim de ano
Diante do atual cenário, a palavra de ordem é cautela Foto: R7

Ter cartão de crédito traz diversos benefícios, que vão desde os parcelamentos, saques e compras online. Entretanto, cada vez mais é preciso usá-lo de forma consciente e moderada, principalmente com a chegada do fim de ano e as compras comuns nessa época do ano. 

Segundo relatório do Banco Central (BC), a taxa de juros do cartão de crédito continuou a subir em setembro, quando houve alta de 5,3 pontos porcentuais se comparado a agosto, atingindo a marca de 480,3% ao ano.

O número é o maior desde março de 2011, quando a série de altas foi iniciada. Só este ano a modalidade de crédito já acumula 48,9% de aumento. 
E não é só isso. Neste ano, a taxa do cheque especial já subiu 37,9 pontos percentuais em relação a dezembro de 2015, quando estava em 287% ao ano.

Diante desse cenário, a palavra de ordem é cautela. Aos usuários do cartão de crédito, o economista Ricardo Paixão alerta para duas recomendações fundamentais: pagar o total da fatura e efetuar o pagamento em dia. 

“O juro do cartão de crédito é o mais alto do mercado. Tem que ter cuidado, pois o cartão dá a falsa impressão que a renda é maior do que realmente é, por causa do crédito disponível. Mas se não tiver planejamento financeiro, vai ser difícil pagar as contas”, ressaltou Ricardo, que é conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES). 

Já o cheque especial possui a segunda taxa de juros mais cara do mercado e seu uso também exige precaução. “Devemos ficar atentos porque o cheque especial é um empréstimo e muitos não se dão conta disso e acabam utilizando esse recurso para complementar a renda. Como não há muita burocracia para a sua utilização, muitos se deixam seduzir pelas facilidades e acabam contraindo dívidas que depois não podem pagar”, alertou o economista.

Para aqueles que já contraíram dívidas provenientes do cartão de crédito ou cheque especial e não sabe o que fazer, o economista Ricardo Paixão orienta que a primeira medida é saber a exata dimensão dos seus débitos e tentar negociar com a entidade credora.

“É uma dívida que cresce muito rápido. Se não tiver como pagar, tente buscar um bem que possa ser vendido. Caso não tenha, outra opção é a portabilidade da dívida para uma instituição que pague o valor devido e negocie o montante com o devedor numa condição mais vantajosa, com juros mais baixos”, recomentou o economista Ricardo.  

Outra opção para os devedores é procurar o Procon, que pode atuar como intermediário junto a instituições credoras para ajudar a negociar a dívida com condições mais favoráveis.

Fique atento:

– Quitar a fatura do cartão de crédito em dia e sempre pagar o valor total, e não o pagamento mínimo. 

– Não utilize o limite do cheque especial como complemento da renda. Lembre-se que possui a segunda taxa de juros mais cara do mercado, ficando atrás apenas do cartão de crédito. 

– Quem já contraiu dívidas provenientes do cartão de crédito ou cheque especial, a primeira medida é saber a real dimensão do seu endividamento.

– Tente renegociar a dívida com a instituição credora.

– Caso a proposta não seja compatível com seu orçamento, busque um bem que possa ser vendido para quitar a dívida. 

– Se não tiver nenhum bem do qual não possa se desfazer, outra alternativa é a portabilidade da dívida para uma instituição bancária que irá pagar a dívida e negociar o valor com o devedor numa condição mais vantajosa, com juros mais baixos.

– O Procon também pode atuar como intermediário na negociação das dívidas, em condições mais favoráveis e com juros bem mais baixos. O usuário pode aproveitar os mutirões realizados durante o ano ou procurar o Procon na data que for necessário.

– Faça um planejamento financeiro em família. Reúna os integrantes e veja como cada um pode contribuir na economia diária. A medida irá proporcionar uma redução nas despesas domésticas, possibilitando uma folga no orçamento.