Na Grande Vitória, a inflação acumulada em 2022 foi de 5,03%. O índice é menor do que o registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Brasil. No País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,79%.
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A alta nos preços foi puxada principalmente pelo setor de alimentação e bebidas, que subiram 11,64% no ano no Brasil.
O economista Wagner Valadão explica que a guerra entre Rússia e Ucrânia impactou neste cenário econômico.
“A gente teve um evento muito crítico no início do ano passado que foi a guerra da Rússia e da Ucrânia. Temos que lembrar que a Ucrânia é um dos maiores produtores de alimento do mundo, importante produtor de grãos e com território super fértil. A Rússia, por sua vez, um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Um país que exporta diversas formas de energia e esse foi um evento extremamente inflacionário”, afirmou.
No Espírito Santo, o aumento foi ainda maior. Comprar alimentos na Grande Vitória ficou 12,15% mais caro no ano passado, um aumento que pesa e muito no orçamento das famílias de baixa renda.
Moradora do bairro Bonfim, em Vitória, a pensionista Maria Sueli, de 67 anos, mora sozinha. Ela recebe um salário mínimo por mês do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Com o dinheiro ela paga aluguel e se mantém.
“As coisas estão muito caras. A gente não está aguentando mais. Antigamente com R$ 100 a gente comprava muita coisa e hoje em dia ninguém compra nada. Não dá para nada”, disse a moradora.
O economista explica que proporcionalmente as famílias mais pobres gastam a maior parte do salário com itens básicos, por isso a inflação pesa mais para elas.
“A inflação, quando você olha em comparação à renda, ela é muito mais perversa nas camadas mais pobres da população do que as camadas mais ricas. Porque o percentual da renda que a população mais pobre consome é muito maior do que o percentual da renda que a população mais rica consome. A população rica poupa dinheiro, então de certa forma, eles são até beneficiados pela inflação porque eles vão fazendo uma aplicação financeira ali que vai corrigindo e o patrimônio dessas pessoas vai crescendo”, pontuou o economista.
* Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/RecordTV.