A disparada do valor da moeda norte-americana ante o real, que encerrou o mês de março nesta terça-feira (31) acumulando alta de 11,73%, não influenciou o preço de um dos produtos mais tradicionais na mesa dos capixabas nesta época do ano: o bacalhau utilizado para preparar a torta capixaba. Agora quem deixou para a última hora vai sofrer no bolso.
Quem garante é o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios do Espírito Santo, Waldês Calvi. Segundo o empresário, o aumento do bacalhau em relação ao mesmo período de 2014 variou entre 8% e 9%, percentual próximo ao índice da inflação.
O aumento do preço de quase 30% registrado na pesquisa da Fundação Getúlio Vargas foi lançado sobre o peixe adquirido depois. “O produto que está nas prateleiras foi comprado pelos estabelecimentos antes da alta do dólar; por ser um alimento durável, é possível estocar”, explicou Waldês.
Ainda de acordo com Calvi, o consumidor que deixou a compra para a última hora é que sofrerá o repasse da valorização da moeda norte-americana. “O preço de custo do bacalhau para as lojas já foi reajustado. O comerciante que comprar o produto para revenda terá que repassar o aumento ao consumidor”, informou.
Pesquisa
O Procon realizou, na semana passada, uma pesquisa de preços de todos os itens que compõem a receita da torta capixaba. Na lista do órgão, o preço do quilo da iguaria variou entre R$ 29,70 e R$ 39,60 (Saithe) e R$ 38,90 e R$ 61,90 (Porto).